A Itaúsa (B3: ITSA4) registrou no primeiro semestre de 2025 o maior lucro líquido recorrente de sua história, alcançando R$ 7,9 bilhões. O resultado representa um crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2024 e é impulsionado pelo crescimento de 24% nas investidas do setor não financeiro.

Crescimento de 24% das investidas do setor não financeiro

O crescimento foi puxado pelo Itaú Unibanco, que manteve trajetória de crescimento, com expansão de todos os segmentos da carteira de crédito no Brasil e na América Latina, inadimplência sob controle e ampliação das receitas de seguros.

A Dexco apresentou desempenho operacional positivo, impulsionado pela expansão da LD Celulose e pela boa performance da Divisão de Madeira, parcialmente compensando os desafios no segmento de acabamentos, o menor efeito de reavaliação do ativo biológico e o aumento das despesas financeiras no período. A Alpargatas registrou aumento de receitas no Brasil e na operação internacional, melhor mix de produtos e de canais e ganhos de eficiência, levando à expansão de seus resultados no semestre.

O crescimento das receitas da Motiva foi impulsionado pelo aumento do tráfego em todos os modais e por reajustes tarifários contratuais, embora o resultado financeiro tenha sido impactado pela alta da Selic e pelo maior endividamento. A Aegea ampliou seu resultado operacional com novas concessões e reajustes contratuais, e teve seu lucro líquido afetado pelo aumento das despesas financeiras.

A Copa Energia apresentou resultados crescentes, positivamente impactados por sua estratégia comercial. A NTS registrou avanço impulsionado por reajustes contratuais e estabilidade de custos.

Estrutura de capital e gestão financeira

“Resultados recordes, solidez do portfólio, continuidade da estratégia de liability management e remuneração atrativa aos nossos acionistas são nossos destaques no ano até aqui, em um cenário que requer disciplina”, afirma Alfredo Setubal, presidente e diretor de Relações com Investidores da Itaúsa.

Implementada no fim de 2022, a estratégia de liability management segue sendo executada com rigor e disciplina. Em junho, a companhia anunciou pré-pagamento de debêntures da 2ª série da 4ª emissão, no valor de R$ 1,25 bilhão, reduzindo endividamento bruto, custo médio da dívida, despesas financeiras e concentração de vencimentos, além de preservar níveis de liquidez. O resgate, realizado em julho, utilizou recursos do aumento de capital concluído em maio.

Essa trajetória consistente de fortalecimento da estrutura de capital foi reconhecida pela S&P, que reafirmou o rating AAA da companhia em julho, destacando a robustez do balanço, a boa gestão de liquidez e a melhora no perfil da dívida.

Mesmo diante de um cenário inflacionário desafiador, as despesas administrativas da holding caíram 8% em relação ao 1º semestre de 2024, reflexo da implementação de iniciativas de eficiência.

Remuneração aos acionistas

O Conselho de Administração da Itaúsa aprovou hoje (11 de agosto) o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor líquido de R$ 2,3 bilhões (equivalente a R$ 0,21 por ação), a ser pago em 29 de agosto. O montante, que inclui valores já declarados em junho, eleva os proventos líquidos do semestre para R$ 2,7 bilhões (R$ 0,25 por ação), um crescimento de 47% em relação a 2024. O dividend yield alcançou 9,8% e o payout foi de 36%.