12/11/2025 - 19:24
O Banco do Brasil reportou nesta quarta-feira lucro líquido gerencial de R$ 3,8 bilhões para o terceiro trimestre, um tombo de 60,2% em relação ao mesmo período do ano passado, em período marcado por forte queda no retorno sobre o patrimônio.
O resultado, porém, ficou estável na comparação com os três meses anteriores. Estimativas compiladas pela LSEG apontavam R$3,708 bilhões.
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O lucro do 3TRI ficou bem abaixo dos concorrentes. Itaú e Bradesco registraram nos 3º trimestre lucros líquidos recorrentes de R$ 11,9 bilhões e R$ 6,2 bilhões, respectivamente.
O BB encerrou o terceiro trimestre com retorno sobre patrimônio líquido de 8,4%, bem menor do que os 21,1% registrados um ano antes, mas estável na comparação com o segundo trimestre de 2025.
O Banco do Brasil também anunciou que aprovou a distribuição de R$ 410,58 milhões a título de remuneração aos acionistas sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), relativo ao terceiro trimestre de 2025. O valor de R$ 0,07192713139 por ação será pago0 no dia 11 de dezembro.
Banco do Brasil corta previsão para o ano
O BB também revisou estimativa para o lucro no ano para R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões, de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões antes, bem como o custo do crédito, para um intervalo entre R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões, contra R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões antes.
A nova previsão fica abaixo do ponto médio das estimativas de analistas compiladas pela LSEG, de R$22,375 bilhões para o ano.
A revisão acompanha uma piora no prognóstico para o custo do crédito, para uma faixa de R$59 bilhões a R$62 bilhões, contra a projeção anterior, de R$53 bilhões a R$56 bilhões.
“Para 2025, reconhecemos que, diante das dificuldades, entregaremos um lucro médio menor que o do ano passado, mas ainda com uma rentabilidade sólida, considerando o volume de provisões que vamos contabilizar”, afirmou o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, Geovanne Tobias.
O BB registrou no período uma margem financeira bruta de R$26,365 bilhões, 1,9% acima do mesmo período do ano passado e 5,1% melhor do que no segundo trimestre de 2025. As receitas com serviços ainda caíram (2,6%) ano a ano, mas subiram 1,3% no trimestre.
Agro ainda pressiona
O custo do crédito saltou 77,7% no terceiro trimestre na comparação anual, para R$17,9 bilhões, que na base sequencial ainda significou uma alta de 12,7%.
“Além do aumento da inadimplência, em especial na carteira agro, houve agravamentos em casos específicos em Grandes Empresas”, afirmou o banco no material de divulgação do balanço.
O indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou setembro em 4,93%, de 4,21% em junho e 3,33% um ano antes.
Na carteira agro, que tem pressionado os números do BB há alguns trimestres, esse percentual atingiu 5,34%, principalmente na cultura da soja e nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, além do efeito dos pedidos de recuperação judicial no segmento. O indicador antecedente de operações vencidas há mais de 30 dias disparou de 5,53% no final de junho para 7,78% no trimestre de setembro.
Na carteira de pessoas físicas, o percentual subiu a 6,01%, o que o banco atribuiu, principalmente, à sobreposição de operações realizadas com produtores rurais, além de elevação da inadimplência na carteira renegociada e no cartão de crédito.
Em pessoas jurídicas, a taxa ficou em 4,06%. Quando se considera apenas o segmento de micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência das operações vencidas há mais de 90 dias foi de 10,25%.
No período, a carteira de crédito expandida cresceu 7,5% ano a ano, para R$1,279 trilhão. Na base trimestral, contudo, mostrou queda de 1,2%.
Pessoa física teve alta de 7,9% no ano e de 2,3% no trimestre, enquanto pessoa jurídica aumentou 10,4% em 12 meses, mas encolheu 3,2% no trimestre. O portfólio agro também retraiu na base sequencial, enquanto subiu 3,2% ano a ano.
