15/08/2014 - 20:00
Ao divulgar seus resultados do segundo trimestre, o Banco do Brasil superou as expectativas do mercado. O lucro líquido ajustado anunciado na quinta-feira 14 superou ligeiramente os R$ 3 bilhões no segundo trimestre, uma alta de 14% em relação ao mesmo período de 2014. Na comparação do lucro contábil, porém, a queda foi de 62%, devido a um evento não recorrente, a abertura de capital da BB Seguridade, em abril de 2013, que rendeu mais de R$ 7 bilhões ao banco. Segundo Ivan Monteiro, vice-presidente de finanças, o crescimento dos empréstimos desacelerou para 12,5% em 12 meses, ante os 25,7% de 2013, devido à diminuição da compra de carteiras de outros bancos, mas isso será compensado. “Vamos ampliar nossa concessão de empréstimos consignados”, diz Monteiro. O mercado gostou: as ações avançaram 3,7%.
Palavra do analista: Karina Freitas, da corretora Concórdia, destacou os avanços na qualidade da operação. “As despesas administrativas evoluíram 6,9%, mas os ganhos em seguros e serviços foram superiores (+8,1%), permitindo melhora de eficiência do banco”, escreveu ela.
Touro x Urso
O trágico acidente da quarta-feira 13, que matou Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, só será totalmente absorvido pelo mercado com a divulgação das próximas pesquisas eleitorais. São elas que vão mostrar se a preferência do eleitor após o ocorrido mudou a ponto de garantir um segundo turno ou probabilidades concretas de vitória da oposição. Até lá, a indefinição sobre o impacto da notícia nas intenções de voto deverá elevar a volatilidade da bolsa.
Destaque no pregão
Marfrig engorda as receitas
A última linha do balanço da Marfrig ainda está no vermelho. No primeiro semestre de 2014 a empresa presidida por Sérgio Rial registrou perdas de R$ 151 milhões. Mesmo assim, seu prejuízo caiu em quase 70% ante os R$ 501 milhões dos seis primeiros meses de 2013. O que melhorou o resultado foram as exportações, que fizeram a receita consolidada do semestre chegar a R$ 9,9 bilhões, ante R$ 8,8 bilhões do ano passado. “O cenário externo fortalecido refletiu-se em suas operações na América Latina, com as exportações se sobressaindo às vendas”, avalia a Concórdia Corretora. No ano, as ações já subiram 58,9%.
Petróleo
Petrobras melhora operações
O lucro de R$ 4,9 bilhões no segundo trimestre, anunciado na segunda-feira 11 por Almir Barbassa, VP financeiro da Petrobras, não desanimou os investidores, apesar da queda de 20% ante 2013. As ações da estatal petrolífera mantiveram o bom desempenho e ainda acumulam uma alta de 15,8% no ano. Os analistas da Ativa Corretora destacam o avanço operacional, com aumento da produção e melhor uso das refinarias.
Concessões
Sem marcha lenta na CCR
O lucro líquido da CCR encolheu R$ 304 milhões no segundo trimestre de 2013 para R$ 275,8 milhões, no mesmo período de 2014, uma queda de 9,4%. Mesmo assim, o resultado foi considerado positivo tendo em vista o cenário de desaceleração econômica, que reduz o tráfego pelas rodovias cujas concessões a empresa explora. As receitas de pedágio mantiveram-se estáveis, com uma leve alta de 0,8% no trimestre. No ano, até a quinta-feira 14, as ações permaneceram estáveis a R$ 17,67.
Vestuário
A caminhada da Alpargatas
A redução de 67% no lucro trimestral da Alpargatas, que recuou para R$ 22,8 milhões neste ano, foi causada pela queda das vendas no Brasil e pelo aumento dos gastos de marketing durante a Copa. No entanto, a empresa vem melhorando suas operações externas. A abertura de mais lojas nos Estados Unidos e a desvalorização cambial fizeram a geração de caixa internacional subir 121%. No ano, as ações recuam 19%.
Mercado em números
Renar Maçãs
62,1% – Foi o aumento da receita da empresa de frutas no primeiro semestre. O faturamento aumentou para R$ 28,3 milhões, melhor resultado em dez anos
Taesa
30,0% – Foi a queda do lucro líquido da empresa de transmissão de energia controlada pela Cemig no primeiro semestre. O resultado caiu para R$ 191 milhões
Copel
R$ 248,3 milhões – Foi o lucro líquido da empresa de energia paranaense no segundo trimestre, uma queda de 1,3% em relação ao mesmo período de 2013
Sonae Sierra
R$ 77,1 milhões – Foi o faturamento da administradora de shopping centers no segundo trimestre, um crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2013
QGEP
R$ 56,3 milhões – Foi o lucro líquido da empresa petrolífera do grupo Queiroz Galvão, aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2013