O espanhol Santander anunciou hoje que teve lucro líquido de 1,63 bilhão de euros (US$ 1,84 bilhão) no primeiro trimestre do ano, representando queda de 5% em relação ao mesmo período de 2015. O resultado foi afetado pela diminuição da receita com empréstimos e tarifas, em meio a questões cambiais no Reino Unido e a recessão no Brasil, que comprometeram os ganhos do maior banco da zona do euro em valor de mercado.

A receita líquida de juros – que corresponde à diferença entre o que os bancos pagam aos clientes por depósitos e cobram por empréstimos – caiu para 7,62 bilhões de euros no trimestre, de 8,04 bilhões de euros no mesmo intervalo do ano passado.

Tanto o lucro quanto a receita líquida de juros, no entanto, vieram praticamente em linha com as expectativas de analistas consultados pela provedora de dados FactSet. “Continuamos cumprindo todos os nossos compromissos”, afirmou a presidente do Santander, Ana Botín, em comunicado.

Por volta das 4h50 (de Brasília), as ações do Santander avançavam 3,15% na Bolsa de Madri.

O lucro menor foi atribuído à desvalorização de várias moedas em relação ao euro. O enfraquecimento do real no Brasil e do peso no México, por exemplo, prejudicou os ganhos do Santander, que são divulgados em euros. Mas além da volatilidade cambial na América Latina, que já é usual, a libra britânica também perdeu valor para o euro no período, na expectativa para um plebiscito que o Reino Unido fará em junho para decidir se permanece ou não na União Europeia.

O Santander tem uma grande operação no Reino Unido, que Ana Botín comandava antes de assumir a liderança geral do banco.

Na mesma comparação anual, as tarifas do Santander recuaram 5% no primeiro trimestre, a 2,4 bilhões de euros. O índice de capital do banco no período ficou em 10,27% e a expectativa do banco é ultrapassar 11% em 2018. Já o índice de empréstimos inadimplentes recuou levemente, a 4,33%. Fonte: Dow Jones Newswires.