21/12/2005 - 8:00
As empresas que se destacam pela preocupação ambiental e social, boa saúde financeira e governança corporativa (que são políticas de respeito ao acionista minoritário), foram selecionadas e agrupadas pela Bovespa em um novo indicador de mercado, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Sua principal vantagem: no pregão, empresas ?politicamente corretas? tendem a apresentar menor risco a seus acionistas e maior rentabilidade no médio e longo prazo. Lançado há duas semanas, e bem recebido pelo mercado, o ISE já dispõe de um fundo de investimento inteiramente dedicado a ele, criado pelo Banco do Brasil. A procura pelo novo fundo é intensa. Em apenas oito dias, o BB Ações ISE, que tem aplicação mínima de R$ 200 e taxa de administração de 2,5% ao ano, captou R$ 600 mil de 200 cotistas. Outras instituições também pretendem lançar fundos ancorados neste indicador, a exemplo do BankBoston, que pretende anunciar uma aplicação até o primeiro trimestre de 2006.
Inicialmente, o ISE é composto por 34 ações de 28 companhias. Segundo Ricardo Pinto Nogueira, superintendente de operações da Bovespa, 121 empresas com as 150 ações de maior liqüidez do pregão foram convidadas a responder a um questionário sobre sustentabilidade. Destas, somente 63 responderam, mas foram aceitas no ISE apenas aquelas que atingiram uma nota mínima na avaliação, conduzida pela Fundação Getulio Vargas. ?Novos questionários serão enviados anualmente, o que deverá alterar a composição atual?, explica Nogueira. O setor da Bolsa com maior número de empresas listadas é o de energia elétrica, que responde por oito companhias. ?A Bovespa já tem um índice de ações de empresas com boa governança, o IGC, que constantemente supera o Ibovespa?, diz Nélson
Nascimento, da área de investimentos de varejo do Banco do Brasil. ?O ISE
é um índice ainda mais elaborado que o IGC e sua performance deverá ser
melhor?, avalia o executivo.