Papéis avulsos

Bradesco e Santander divulgaram seus balanços na terça-feira 31 e, apesar de avançarem, os resultados decepcionaram os investidores. O Bradesco lucrou R$ 11,03 bilhões, alta de 10% em relação a 2010. Já o Santander lucrou R$ 7,75 bilhões pelo padrão contábil internacional IFRS, alta de 5,1% ante 2010. Os números vieram abaixo do previsto e o culpado foi o aumento de custos. No Bradesco, devido à expansão da rede. “Contratamos cerca de 10 mil pessoas no último trimestre”, disse o presidente Luiz Carlos Trabuco. No Santander, pelo aumento de provisões para processos trabalhistas. “Adotamos uma posição conservadora”, disse Marcial Portela, presidente do Santander. O mercado não gostou. As ações do Bradesco caíram 3,14%. Mário Pierry, do Deutsche Bank, diz que o que pegou mal foi a perspectiva de um crescimento moderado dos empréstimos em 2012. Mesmo assim, ele recomenda a compra dos papéis. As cotações do Santander recuaram 1,4%, e a recomendação de Pierry é manter as ações. 

 

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Portela (à direita) e Trabuco: resultados abaixo do esperado

 

  

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Educação financeira

 

O livro Nascimento da Era Caórdica trata da história da criação da Visa e de como pessoas de diferentes culturas e sistemas monetários desfrutam de uma nova forma de organização a partir da criação da bandeira. O autor Dee Hock é fundador e diretor-executivo emérito da Visa. Editora Cultrix, R$ 44.

 

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Captação


Novos BDRs na bolsa

 

Canadenses e americanos estão de olho nos reais brasileiros. A petrolífera canadense Pacific Rubiales lançou Brazilian Depositary Receipts (BDR) na quinta-feira 2. Na próxima terça-feira 7, o Citibank lançará BDRs não-patrocinados (lançados não por iniciativa da empresa) de companhias americanas como Dell, Ford, LinkedIn, Netflix e Philip Morris.

 

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Touro x Urso

 

Em janeiro, o Índice Bovespa registrou uma alta de 11,13%, o melhor resultado mensal desde julho de 2010. A justificativa é a volta dos estrangeiros, que injetaram R$ 7,2 bilhões no mês passado, o maior saldo desde o início do Plano Real. Em fevereiro, a alta nos dois primeiros pregões foi de 2,6% e há boas perspectivas de que isso continue nas próximas semanas.

 

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Destaque no pregão


Rotas brasileiras da TAM

 

A TAM espera que a demanda brasileira por voos domésticos cresça de 8% a 11% em 2012. Em seu cenário (guidance) divulgado na quarta-feira 1º, a companhia afirma que vai aumentar a produtividade dos voos já existentes. Sua meta é encerrar o ano com uma taxa de ocupação entre 72% e 74% no segmento doméstico e entre 83% e 85% no internacional, superando o recorde de 81,4% no ano passado. 

 

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Palavra de analista: 

“A TAM busca uma maior racionalidade nos preços praticados, assim como a estratégia de gerenciamento da taxa de ocupação, principalmente no segmento doméstico”, diz Jaqueline Lison, do Banco Fator. 

 

 

 

 

Quem vem lá


Dias Branco capta R$ 150 milhões

 

A cearense Moinho Dias Branco quer arrecadar R$ 150 milhões por meio de sua primeira emissão de debêntures simples. O prazo de vencimento é de 36 meses e a remuneração ao investidor será a variação do CDI mais de 0,5% ao ano. Os recursos serão destinados ao reforço do capital de giro. No dia do anúncio, segunda-feira 30, as ações caíram 0,87%, cotadas a R$ 44,41. 

 

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Fique de Olho:  A empresa depende da compra de trigo em grão, farinha e óleos para operar. Esses produtos apresentam grandes variações de preços no mercado.  

 

 

 

 

Mercado em números


LPS

R$ 18,2 bilhões - Foram as vendas de imóveis intermediadas pelo Grupo LPS no ano passado. O resultado é 16% acima de 2010 e foi considerado recorde histórico pela consultoria de imóveis. O crescimento em unidades foi de 12%, com 63,1 mil imóveis vendidos. 

 

Petrobras

R$ 7 bilhões - Foi o valor captado pela estatal no Exterior por meio de uma série de títulos, com retornos entre 3,051% e 5,935% ao ano.

 

CSN

R$ 200 milhões - Foi o valor captado para pagar dívidas. Os recursos foram levantados por um bônus vincendo em 2020 e com juros de 6,5%.

 

Randon

R$ 37,8 milhões - É o que a empresa de veículos vai pagar sob a forma de juros sobre o capital próprio. A remuneração por ação ordinária ou preferencial será de R$ 0,1319, com base no dia 31 de janeiro. 

 

Totvs 

R$ 35 milhões - É o que a empresa vai pagar como juros sobre o capital próprio, o que corresponde a R$ 0,22 por ação. Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira.

 

 

 

 

Pelo mundo

 

Lucro da Honda tem queda de 41,3%

 

O lucro líquido da montadora japonesa Honda recuou 41,3% no terceiro trimestre fiscal, em comparação com 2010, para 47,6 bilhões de ienes (US$ 623,4 milhões). A companhia atribuiu o resultado ao câmbio e ao terremoto no Japão em março. Na terça-feira 31, dia do anúncio do resultado, as ações caíram 0,6%, para 2,66 ienes

 

 

Receita da Fiat cresce com ajuda da Chrysler

 

O grupo Fiat-Chrysler faturou e 59,6 bilhões no ano passado, resultado 66% superior ao de 2010, quando as operações não incluíam a Chrysler. A Fiat Group Automobiles, que inclui as operações no Brasil, faturou e 28 bilhões em 2011. As ações da Fiat subiram 5,41% na quarta-feira 1º, dia do anúncio dos resultados. 

 

 

União europeia veta fusão de bolsas 

 

A União Europeia decidiu vetar a operação entre as bolsas Nyse Euronext e Deutsche Boerse, alegando que a união traria um monopólio ao setor, especialmente em operações com derivativos. 

 

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Personagem


Onda de alta na Sabesp

 

Em janeiro, as ações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) subiram 12,1%, superando os 11,1% do Índice Bovespa. Parte desse salto, segundo Mario Arruda Sampaio, superintendente de relações com investidores, se deve à renovação dos serviços de saneamento na cidade de São Paulo. Sampaio contou mais sobre as estratégias da Sabesp. 

 

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Mario Arruda Sampaio, superintendente de RI: ”Nossas ações são defensivas”

 

Nos 12 meses até janeiro, a bolsa caiu 7%, mas as ações da Sabesp subiram 39,7%. Por quê?

Dois motivos. Em 2007, o governo federal implementou o marco regulatório do saneamento no Brasil. Isso padronizou as tarifas e os reajustes e melhorou nossas receitas. Outro motivo ocorreu quando renovamos nosso contrato com a cidade de São Paulo e garantimos assim o nosso principal mercado, que responde por 56% da receita. É um contrato de 30 anos, renovável por mais 30. Após a crise de 2008, o mercado passou a valorizar nossas ações, que são defensivas, pois nosso resultado não depende da economia.

 

A Sabesp vai atuar fora de São Paulo?

Não. Nosso estatuto nos permite operar até no Exterior. Nossos serviços chegam a 363 municípios paulistas, ou a 60% da população urbana. Também prestamos consultoria para redução de perdas de água em Maceió, no Panamá e no Equador. Nosso foco porém é universalizar os serviços nas cidades onde já estamos, e não ir além do Estado.

 

Perda de água é um problema? 

Nossa taxa de perda de água (medida pela diferença entre o volume tratado e o volume cobrado) é de 25%, a menor do Brasil, que gira em torno de 35%. Queremos chegar em 2019 com 13%, taxa de país desenvolvido. 

 

Como evitar as perdas?

Cerca de 60% das perdas acontecem por rombos na rede, que tem 60 mil quilômetros. O restante acontece por roubo de água e por medidores ultrapassados. Até 2013 vamos investir R$ 8,6 bilhões nos projetos Tiête e Onda Limpa para melhorar a eficiência da rede.

 

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Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira