17/08/2025 - 14:51
Eleições deste domingo devem marcar o fim de quase 20 anos de hegemonia do esquerdista MAS. Presidente afirma que “recuperar a democracia” é a melhor herança que seu governo deixará.Quase 8 milhões de bolivianos, no país e no exterior, foram chamados neste domingo (17/08) a votar para presidente, vice-presidente e congressistas, em eleições que devemmarcar o fim de quase 20 anos de governos de esquerda, segundo as pesquisas, que mostram dois candidatos de direita como favoritos.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, votou cedo na cidade de La Paz e garantiu que haverá uma “transição democrática” no país. O mandatário disse que “recuperar a democracia” é a melhor herança que seu governo deixará e convocou os bolivianos a “demonstrar mais uma vez a unidade”.
Arce decidiu não concorrer à reeleição com o partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) em meio a uma forte crise econômica, marcada pela falta de dólares, escassez de combustível e a pior inflação em décadas. O candidato escolhido pelo partido no poder, o ministro do Interior Eduardo del Castillo, aparece nas últimas posições nas intenções de voto, superado nas pesquisas pelos candidatos de direita Samuel Doria, Jorge “Tuto” Quiroga e Manfred Reyes, e pelo esquerdista Andrónico Rodríguez.
“Hoje queremos dizer à população que faremos uma transição democrática”, disse Arce, e insistiu que cumprirá o calendário do Tribunal Supremo Eleitoral e entregará a Presidência ao candidato vencedor em 8 de novembro deste ano.
Processo “mais importante da história contemporânea”
Um total de 7.567.207 pessoas maiores de 18 anos estão habilitadas a eleger o presidente, o vice-presidente e os 166 parlamentares do Legislativo para um mandato de cinco anos, e outros 369.308 cidadãos poderão votar no exterior. A votação, que será supervisionada por 204.156 jurados em 34.026 mesas eleitorais, se estenderá até as 16h locais (17h de Brasília).
Também estão mobilizadas 14 missões internacionais de observação eleitoral, sendo as mais numerosas as da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos, além de outras cinco delegações nacionais para supervisionar o processo.
Ao inaugurar a jornada eleitoral, o presidente interino do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Óscar Hassenteufel, destacou que este processo “é o mais importante da história contemporânea, não só porque há muito em jogo, mas porque coincide com a celebração do bicentenário da independência”, comemorado no último dia 6 de agosto.
Para vencer no primeiro turno, um candidato deve obter mais de 50% dos votos, ou no mínimo de 40% com pelo menos dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado, de acordo com a lei do Regime Eleitoral. As pesquisas apontam o empresário Samuel Doria Medina e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga como favoritos para avançar ao segundo turno.
bl (efe, afp)