01/02/2024 - 13:29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ter ficado preocupado em retirar Flávio Dino do Ministério da Justiça (MJ) por conta da “colaboração política” que ele exercia no governo. De acordo com o chefe do Executivo, a escolha de um nome ao Supremo Tribunal Federal (STF) “martiriza”.
“Confesso que eu dizia para [a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como] Janja que, muitas vezes que eu tinha que escolher o ministro do STF, pensava: ‘Quem? Mulher, homem, preto, branco, de qual Estado, qual personalidade? E isso é uma coisa que martiriza a gente”, declarou o presidente, em discurso de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira, 1º. A cerimônia ocorre no Palácio do Planalto.
Lula afirmou que, para a Corte Suprema, não se pode escolher a pessoa por ser “amigo ou companheiro”. “Tem que escolher alguém que dá conta da função que vai exercer a partir deste momento”, afirmou.
O presidente confessou ter preocupação em tirar Dino diante do diálogo que ele tinha com os Poderes e partidos políticos. Na avaliação do petista, Dino prestou “trabalho extraordinário” como ministro e homem da política para além de sua tarefa na pasta. Ele comentou que Dino, nas vezes que foi convidado a ir ao Congresso Nacional prestar esclarecimentos, não tinha preocupação em ser ofendido.
A cerimônia conta com diversas autoridades dos Poderes. No discurso, Lula afirmou que a grande presença de ministros da Corte Suprema é uma “demonstração de afeto” a Lewandowski e Dino.