O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que o Brasil dará um “salto de qualidade” quando a Petrobras explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, e garantiu que o país não desperdiçará nenhuma oportunidade de desenvolvimento.

Em discurso no Fórum de Investimentos Prioridade 2024, no Rio de Janeiro, Lula assegurou, ao mesmo tempo, que o Brasil irá se desenvolver respeitando o meio ambiente e sendo uma referência na transição energética.

+Coordenador descarta definição imediata para Margem Equatorial

“É importante ter em conta que a hora que a gente começar a explorar a chamada Margem Equatorial, eu acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinário”, disse Lula durante o discurso, no qual afirmou que a Petrobras se tornará uma concorrente da gigante saudita de petróleo Saudi Aramco.

“Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo, mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer.”

Localizada entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, a Margem Equatorial é vista como de grande potencial para a exploração de petróleo por especialistas.

Recentemente, o Ibama recusou pedido de licença da Petrobras para realizar estudos visando possível exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas no Amapá, parte da Margem Equatorial, o que gerou um racha no governo e levou o líder do Executivo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a desfiliar-se da Rede Sustentabilidade, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Marina defende a decisão do Ibama, que aponta que a Petrobras não apresentou estudos que garantam a segurança ambiental das pesquisas exploratórias. Por outro lado, além de Randolfe, outros membros do governo Lula, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendem a exploração na foz do Rio Amazonas.

Lula, que iniciou sua fala lendo um discurso preparado antes de falar de improviso, momento em que falou sobre a Margem Equatorial, afirmou, ao ler o texto preparado, que o Brasil possui estabilidade “de sobra” para oferecer, o que, segundo ele, é o mais importante para os investidores, acrescentando que nada se sustenta sem estabilidade política e social.

Lula ainda afirmou que o país pode voltar a ser a sexta maior economia do mundo ao fim de seu mandato, indicando que o governo está ajustando as contas públicas e aumentando a arrecadação.