15/10/2024 - 14:38
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atraiu para o Palácio do Planalto, nesta terça-feira, 15, um líder evangélico de oposição. Trata-se do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que foi um dos apoiadores mais eloquentes do governo de Jair Bolsonaro e que se coloca no campo da direita. Otoni compareceu à solenidade de sanção do projeto que cria do Dia Nacional da Música Gospel, discursou e elogiou o presidente da República.
O próprio Otoni reconheceu se tratar de uma situação inesperada. “Senhor presidente, quis Deus que eu, que fui um dos mais combatentes defensores do antigo governo e seu crítico político, estivesse hoje aqui para representar a Frente Parlamentar Evangélica”, declarou ele. O deputado disse se dirigir ao presidente da República, e não ao “Lula do Partido dos Trabalhadores”.
“O mesmo Deus em um momento delicado da recente história do Brasil usou o presidente Lula para manter a nossa liberdade religiosa, que era a época ameaçada pela aprovação do PLP 122 o projeto criminalizaria a homofobia Foi no dia 22 de dezembro de 2003 que o senhor sancionou a lei da liberdade religiosa no Brasil”, declarou o deputado. Ele mencionou que Lula era acusado justamente de querer fechar igrejas.
“Graças à visão social de seus governos que essa gente humilde de Deus tem o poder ou tem condições de comer, por causa do Bolsa Família, e onde morar, por causa do Minha Casa Minha Vida. E também graças a essa visão social que nossas igrejas passaram a ter mais doutores e professores, gente que jamais poderia ter um diploma de curso superior se não fosse a visão do governo de vossa excelência” declarou Otoni de Paula.
“A maioria dos evangélicos dessa nação talvez não votaram em vossa excelência, e o senhor sabe disso. Mesmo assim, talvez estejamos entre os brasileiros mais contemplados pelos programas sociais de seu governo, já que os mais pobres e necessitados, aos quais Jesus sempre dedicou a maior parte do seu tempo, formam a maioria esmagadora de nossos irmãos”, disse o deputado.
Otoni de Paula ressalvou que nunca votou em Lula. Ele teve atritos com bolsonaristas neste ano por ter apoiado a reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), em vez de Alexandre Ramagem (PL), o candidato do ex-presidente da República.