30/01/2025 - 13:19
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 30, que o governo pode vir a discutir, ao longo de 2025, novas medidas de corte ou contenção de gastos, mas deixou claro que essa não será uma prioridade deste ano.
“Não tenho outra medida fiscal (planejada para 2025). Se apresentar durante o ano a necessidade de fazer alguma coisa, vou reunir o governo e discutir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal. O que vamos agora é pensar no desenvolvimento sustentável deste país, mantendo a estabilidade fiscal e sem fazer com que o povo pobre pague o preço de alguma irresponsabilidade de um corte fiscal desnecessário”, afirmou, em entrevista coletiva à imprensa.
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Para o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, a sinalização dada por Lula foi “positiva” e mostrou disposição em adotar as medidas fiscais necessárias. El afirmou que Lula tem “preocupação legítima” em não prejudicar políticas sociais, mas também está atento à situação fiscal.
‘Déficit de 0,1% é déficit zero’
Lula afirmou que “déficit de 0,1% é déficit zero” e cobrou um pedido de desculpas daqueles que criticaram o governo em relação ao déficit fiscal deste ano.
“O que aconteceu com o déficit fiscal? (Vai ser) De 0,1% (do PIB), que é zero. Não é 2,5% (do PIB), como recebemos, é zero. Vai ser assim, porque tenho muita responsabilidade”, declarou.
“As pessoas que ficaram o ano todo falando em déficit fiscal deveriam pedir desculpa ao (Fernando) Haddad”, acrescentou. “As pessoas que falam coisas erradas e depois não acontecem não têm a humildade de falar que erraram”, completou.
‘Neste governo, não haverá irresponsabilidade fiscal’
Lula disse que seu governo tem como objetivo controlar a economia do Brasil “porque senão quem sofre é o povo”. “Na hora em que o País quebrar, vão cortar do povo”, “não posso levar ao povo mais humilde o sacrifício”, afirmou na entrevista, quando também enfatizou: “Neste governo, não haverá irresponsabilidade fiscal.”
Ele disse que pretende manter políticas de inclusão social e reajustes no salário mínimo acima da inflação, ainda que tenha alterado a regra no fim do ano passado para limitar esse crescimento ao cálculo estabelecido pelo novo arcabouço fiscal.
O presidente repetiu a história que conta com frequência sobre ter aprendido sobre responsabilidade fiscal com sua mãe e disse que “não podemos gastar mais do que temos capacidade de arrecadar”.
Também falou que tem “muita responsabilidade fiscal” com o País. “Se tivermos que fazer investimento para aumentar um ativo do Brasil, vamos fazer uma dívida saudável. Uma dívida para construir algo benéfico para o povo brasileiro. Fora disso, se a gente começar a gastar aquilo que não tem, chega um dia em que a gente quebra.”