29/04/2022 - 12:30
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a citar nesta sexta-feira, 29, a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU como prova de que a Operação Lava Jato existiu apenas para impedir sua candidatura a presidente em 2018 e alegou que o mandato de Jair Bolsonaro (PL) deveria ser “revogado”. “O correto seria revogar o mandato do Bolsonaro e me colocar na Presidência. Como já está no fim, eu também não quero no fim. Então, que deixe ser que as eleições sejam democráticas, porque nós vamos ganhar e governar esse País”, disse o petista em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco.
“A decisão da ONU mostrou a falácia do que foi o processo contra mim, a decisão de não me deixar ser candidato e a decisão de me prender. Ontem, a ONU deu um chute nisso e mostrou a pouca vergonha que foi feita para evitar que o Lula fosse Presidente da República em 2018.” A determinação da inelegibilidade foi um dos argumentos utilizados na queixa protocolada pela defesa do ex-presidente, em 2016, no Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
Nesta quinta-feira, 28, o Comitê concluiu que o ex-juiz Sérgio Moro foi parcial ao julgar os processos contra Lula durante as investigações da Operação Lava Jato. Segundo o relatório, a União tem 180 dias para apresentar à organização internacional as medidas que tomou para cumprir as determinações, que não incluem nenhuma sugestão similar a revogar o mandato de Bolsonaro. Na prática, a ONU não tem como garantir que a decisão seja cumprida.
Alckmin
O petista explicitou que um dos papéis do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), como vice de sua chapa, será fazer uma ponte entre ele e outros setores da sociedade. “Eu acho que o Alckmin vai completar a necessidade que tenho de falar com outros segmentos da sociedade, não apenas em São Paulo, mas no Brasil Inteiro”, disse. As prioridades da campanha para o ex-tucano são o contato com o empresariado, em especial o agronegócio, e eleitores conservadores.
Nesta quinta-feira, Lula esteve presente no XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB ao lado de Alckmin; Carlos Siqueira, presidente do PSB; e de Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Tanto o petista quanto o ex-governador aplaudiram o hino da Internacional Socialista, que representa uma união global de partidos trabalhistas instituída em 1951.