28/10/2022 - 11:12
Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu entrevista exclusiva para a revista Isto É, na qual falou sobre seus planos para o futuro do país, orçamento secreto, economia, composição do seu ministério e STF, entre alguns temas.
Separamos os principais pontos dessa conversa com o candidato que lidera a grande maioria das pesquisas eleitorais para o pleito deste domingo (30). Confira:
+ Lula exclusivo: “Bolsonaro terá de aceitar o resultado das urnas. Simples assim”
+ O Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro, diz Lula
+ Entenda a frustração da campanha de Bolsonaro com o ministro Paulo Guedes
Salário mínimo
Uma das propostas do petista é a volta do aumento real do salário mínimo, algo que foi abandonado pelo governo Bolsonaro. Mas com o Orçamento para 2023 já definido, como será possível fazer isso? Lula respondeu:
“Será com diálogo e respeito, porque o Congresso também foi eleito. O orçamento que o Bolsonaro enviou prevê cortes na Saúde, na Educação, na Farmácia Popular, muita coisa que terá que ser revista. O Auxílio Brasil que Bolsonaro enviou no orçamento dele para o ano que vem prevê só R$ 405, então teremos que corrigir essa questão. Isso é muito melhor que os planos que o Guedes tem para enviar ao Congresso em um segundo governo Bolsonaro, onde eles estudam não corrigir mais o salário mínimo e aposentadorias pela inflação do ano, e desvincular, reduzindo, os recursos com Saúde e Educação.”
Ministro da Economia
Lula manteve seu posicionamento de não falar sobre os nomes de seu ministério, inclusive quando foi perguntado diretamente se Henrique Meirelles ficaria a frente da pasta da Economia. “Eu não defino equipe antes de ganhar eleição. Uma coisa que eu sei que o Brasil não aguenta são mais quatro anos de Bolsonaro e Paulo Guedes.”
STF
Ao ser questionado se pretendia mudar a composição do Superior Tribunal Federal (STF), como chegou a cogitar o presidente Jair Bolsonaro em caso de reeleição, Lula foi enfático: “Não pretendo. Eu não quero perder tempo em brigas institucionais. Não fiz isso nos meus oito anos de mandato e não farei agora. Eu pretendo me concentrar na recuperação do Brasil. No combate à fome, na geração de empregos, na educação e recuperação das universidades, institutos de pesquisa e demais órgãos que foram atacados pelo bolsonarismo.”
Orçamento secreto
Um dos principais temas das eleições deste ano foi o orçamento secreto instituído pelo governo Bolsonaro e que deve ser extinto em caso de vitória do ex-presidente. “Se fosse bom não precisaria ser secreto. Eu pretendo construir um orçamento participativo pela internet, com a população podendo participar e entender as definições dos gastos do governo.”
Reforma tributária
Assunto recorrente há várias eleições, mas com pouca evolução na prática, é a Reforma Tributária, novamente colocada em questão com a criação de um Imposto de Valor Agregado (IVA), que unificaria vários tributos e traria mais transparência. Sobre o assunto, Lula disse: “A reforma tributária será debatida com a sociedade, para construirmos um sistema de tributos mais justo, mais simples. Eu quero incluir o pobre no orçamento e os muito pobres no imposto de renda. Uma discussão que respeite as partes para que a gente consiga construir um modelo mais eficiente para a produção e financiamento da Educação, da Saúde, do desenvolvimento do País.”
Sigilo de 100 anos
Uma das afirmações feitas por Lula, repetindo o que disse nos debates, é sobre acabar com o sigilo de 100 anos decretado por Bolsonaro em diversos casos polêmicos de seu governo, e o ex-presidente já disse quando fará isso: “No primeiro dia de governo”, falou Lula.
