22/04/2022 - 15:12
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em estado de alerta com o presidente Jair Bolsonaro ganhando espaço, conforme as últimas pesquisas eleitorais. Dentro do PT, há um descontentamento e uma disputa entre grupos pelo comando da legenda.
O resultado é que nesta sexta-feira (22), o partido decidiu trocar o marqueteiro que comandaria a campanha do ex-presidente. Nos bastidores há informações de que haveria uma grande insatisfação com o conteúdo produzido por Augusto Fonseca e também com o valor cobrado.
+ Diferença entre Lula e Bolsonaro cai para 9% em nova pesquisa
De acordo com o Tempo, há uma disputa entre o comando da legenda, capitaneado pela presidente Gleisi Hoffmann, e o coordenador da área de comunicação, o ex-ministro da área no governo Lula, Franklin Martins. O principal motivo da divergência seria o valor de R$ 40 milhões cobrado pela empresa de Augusto Fonseca.
Sidônio Palmeira, que comandou a comunicação nas campanhas de Rui Costa e Jacques Wagner, é um dos mais cotados para ocupar o cargo. Ambos foram eleitos ao governo da Bahia nas últimas eleições.
No entanto, o candidato à vice-presidente da chapa de Lula, Geraldo Alckmin tenta emplacar outro nome e, assim, ganhar protagonismo na campanha. O publicitário Átila Francucci, um dos responsáveis pelo vitorioso slogan “João trabalhador”, é a aposta do ex-governador.
O fato é que o cenário para o candidato petista é cada vez mais desafiador. Bolsonaro está crescendo nas pesquisas. A última pesquisa Exame/Ideia, divulgada na noite de quinta-feira (21), mostra que se a eleição do primeiro turno fosse hoje, Lula teria 42% dos votos, contra 33% de Bolsonaro, com a diferença entre eles caindo de 11% para 9%. Ciro Gomes (PDT) apareceu em terceiro, com 10% das intenções de voto. O nome de Sérgio Moro não está considerado nesta nova análise.
A última cartada de Bolsonaro de dar a graça presidencial ao deputado federal Daniel Silveira também contribui para animar a base bolsonarista. Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão, perda de mandato e multa. O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu, nesta quarta-feira (20), que o deputado estimulou atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições do Estado brasileiro.
Durante live nesta quinta-feira (21), o presidente Bolsonaro anunciou o indulto ao parlamentar. “É uma notícia de extrema importância para nossa democracia e liberdade. Comecei a trabalhar nesse documento ontem, quando foi anunciada a prisão de 8 anos e 9 meses a Daniel Silveira. São decisões que não vou comentar”, disse o presidente.
Fora isso, Lula ainda tem que vencer as barreiras criadas dentro da própria esquerda. A principal delas é a de Ciro Gomes, o terceiro colocado nas intenções de voto. Antes aliado do petista, Ciro rompeu com a legenda e diz não há chances de se aliar ao petista. Na eleição de 2018, quando Fernando Haddad, então candidato do PT, foi para o segundo turno contra Bolsonaro, Ciro decidiu não escolher um lado e não apoiou nenhum do candidatos.