10/06/2024 - 14:37
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), a indicação de um nome do PT para a vaga de candidato a vice nas eleições municipais deste ano na disputa do chefe do Executivo carioca à reeleição. O posto é considerado estratégico para as pretensões petistas de fortalecimento da sigla no Estado.
Por outro lado, o PSD – comandado por Gilberto Kassab – não pretende abrir mão de uma chapa “puro-sangue” sem antes barganhar mais espaço no governo federal.
Uma visita de Lula ao Rio de Janeiro está prevista nesta semana para duas agendas que devem contar com a participação de Paes. A capital fluminense tem sido um dos principais destinos do presidente desde que ele assumiu o terceiro mandato. Somente em 2024, já foram dez compromissos no Estado – sendo seis na capital para o anúncio de investimentos federais.
Para pavimentar seu caminho rumo à reeleição, quando deverá enfrentar um candidato da direita bolsonarista, Paes aposta, desde a campanha presidencial de 2022, na volta da aliança com o presidente Lula, que no passado já garantiu recursos para as obras da Olimpíada de 2016, para se fortalecer na base progressista do Rio.
Uma ala do partido do prefeito defende a tese de chapa puro-sangue, argumentando que, caso seja reeleito, Paes será o candidato natural do PSD para o governo do Estado. Assim, o vice eleito em 2024 vai assumir à Prefeitura dois anos depois. Para membros do PSD, não faz sentido vencer a disputa e entregar o comando do Rio para outro partido.
Na semana passada, três secretários municipais do Rio deixaram os cargos para serem opções de Paes na chapa à reeleição: Eduardo Cavalieri, da Casa Civil, e Guilherme Schleder, do Esporte, os dois do PSD; e Adilson Pires (PT), da Assistência Social.
Os mais cotados, no entanto, são o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) – opção de Paes dentro do partido – e o nome indicado por Lula, o ex-secretário de Assuntos Federativos da Secretaria de Assuntos Institucionais, André Ceciliano. O nome do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi apresentado pelo presidente ao prefeito do Rio em uma reunião no Palácio do Planalto, no dia 29 de maio.
Paes ainda não deu uma resposta definitiva às investidas do presidente. O prefeito costura com o diretório nacional da legenda um caminho que garanta mais espaço para a sigla no governo federal, mas que não afete a boa relação e futuros investimentos da União no Rio. O PSD ocupa atualmente três ministérios (Agricultura, Pesca e Minas e Energia) no governo Lula, mas parlamentares têm se queixado da demora do governo em ceder cargos para aliados e apadrinhados da sigla.