O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu alta neste domingo, 1, e deixou o hospital Sírio-Libanês, em Brasília, onde estava internado após uma cirurgia no quadril e outra nas pálpebras. O petista saiu do local por volta das 16h e foi levado para o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

A estimativa era que Lula tivesse alta hospitalar na terça-feira, 3, mas a recuperação do presidente surpreendeu a equipe médica. Na manhã deste domingo, o boletim médico informou que o petista havia passado a noite em estabilidade A equipe também informou que o presidente já havia caminhado, subido e descido escadas, com assistência fisioterapêutica.

Por volta das 15h20, o fotógrafo oficial da Presidência, Ricardo Stucker, chegou ao hospital para visitar Lula. Antes da alta hospitalar, a primeira-dama Janja da Silva celebrou a saída antecipada. “Tem alguém que vai jantar em casa hoje”, escreveu.

Desde agosto do ano passado, Lula tem se queixado sobre suas dores na cabeça do fêmur (o osso da coxa). O incômodo constante levou a decisão de passar pela cirurgia na qual a articulação machucada do quadril foi substituída por uma prótese. Com índices altos de satisfação e baixa taxa de complicações, a cirurgia já foi considerada o “procedimento do século XX”.

Segundo o petista, ele trabalhará “normalmente” na capital federal após a cirurgia, mas não será visto utilizando andador, aparato essencial em uma das etapas da recuperação. “Só vou viajar agora dia 28 ou 29 de novembro, para os Emirados Árabes. Até lá, vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião, mas vou trabalhar normalmente”, disse durante programa “Conversa com o Presidente”, live semanal produzida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A declaração foi considerada capacitista, uma vez que o presidente associou a ideia de beleza com não fazer uso de andador ou muletas. Ivan Baron, influencer e pessoa com deficiência que subiu a rampa ao lado de Lula no dia 1º de janeiro, criticou a fala. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) também repreendeu o presidente.

Nesta sexta, Lula também fez uma cirurgia para retirar o excesso de pele na região dos olhos, que dão um aspecto de pálpebra caída, condição comum em pessoas idosas. A blefaroplastia, nome científico do procedimento, é considerado de baixa complexidade.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a cirurgia do presidente demandou a viagem de 20 pessoas de São Paulo para Brasília. De acordo com o Hospital Sírio Libanês, seis delas fazem parte da equipe médica. O restante viajou por decisão exclusiva do hospital, para ajudar na logística. A decisão de realizar a cirurgia em Brasília, e não em São Paulo, foi tomada para evitar o deslocamento de Lula após o procedimento.