O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir na tarde desta segunda-feira, 11, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O assunto do encontro foi a retenção da distribuição dos dividendos extraordinários da companhia, avaliados em R$ 43,9 bilhões. 

A crise se abriu após a Petrobras anunciar o balanço de 2023 na última quinta-feira, 7, que veio abaixo das projeções de mercado. Além disso, a estatal resolveu não pagar os dividendos extraordinários aos acionistas, ficando nos R$ 14,2 bilhões de pagamento mínimo da companhia. Empresa perdeu R$ 55,3 bilhões de valor de mercado por conta da queda nas ações.  

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De acordo com o Estadão, integrantes da equipe econômica do governo defenderam o pagamento dos dividendos extraordinários. Informações dão conta de que o próprio presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu o pagamento de 50% dos valores extraordinários apurados em 2023, avaliados em R$ 43,9 bilhões, mas a decisão não teve o aval do Conselho de Administração da empresa. A União é a maior beneficiária desse montante, que ajudaria o ministro Fernando Haddad a cumprir a promessa de aumentar o equilíbrio das contas públicas e o déficit zero em 2023. 

Discussão tem “muita espuma”, diz Prates 

O presidente da Petrobras confirmou o encontro com Lula nesta segunda, mas afirmou que ele já estava marcado antes da queda no valor de mercado da companhia. 

Prates afirmou, em entrevista à Globonews, que o presidente Lula não deu nenhuma ordem sobre a distribuição e que há muita “espuma” na discussão. 

“O presidente não deu nenhuma ordem sobre a questão dos dividendos. Nós estamos discutindo isso com o acionista majoritário dentro dos espaços possíveis. Houve uma discussão a tempo do anúncio do balanço, havia necessidade de fechar o balanço. E foi definido que a gente adiaria a discussão”, disse.