14/02/2025 - 10:30
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma “mediação” entre as pessoas que são a favor e contra a exploração de petróleo na Margem Equatorial para “pensar na necessidade do Brasil”. Lula repetiu o que disse na quinta-feira, 13, de que sonha que “um dia a gente não vá mais precisar de combustível fóssil”, mas voltou a defender a pesquisa e exploração no local.
Ele concedeu entrevista à Rádio Clube do Pará na manhã desta sexta-feira, 14. Disse que o Brasil “é um País privilegiado, porque temos mais energia elétrica limpa” e que “nesse aspecto ninguém vai dar lição no Brasil”.
“Temos de agir com responsabilidade. Não quero que a exploração de petróleo venha a causar nenhum dano ao meio ambiente. Por isso levamos muito a sério uma discussão para que a Petrobras cumpra todos os requisitos ambientais, para que a gente tenha certeza que se acontecer um problema qualquer a gente tenha tempo de resolver e evitar qualquer desgraça como aconteceu no Golfo do México”, afirmou o presidente.
Ele disse ter certeza de que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, “jamais será contra”, mas que a questão é “como fazer” a pesquisa e a exploração de modo a não causar danos ambientais.
“Tenho certeza de que a Marina jamais será contra, porque ela é muito inteligente. Não é que ela não queira fazer, mas é como fazer. Esse como fazer é uma coisa que eu quero, ela quer e você quer. Como fazer para não sermos predatórios com a nossa querida Amazônia. Por isso vamos fazer com muita responsabilidade. E se tiver petróleo, vamos ter mais dinheiro para fazer educação, saúde, ciência e tecnologia, mais gente no Ibama, professor, médico”, afirmou Lula, ressaltando a importância de os recursos serem reinvestidos em ações de fiscalização de crimes ambientais, por exemplo.
O presidente da República disse que o País não pode “prescindir de pesquisar se existe ou não uma quantidade de riquezas que pensamos que existe na Margem Equatorial, que está a 575km da margem do rio”.
Afirmou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem trabalhado para tentar destravar o processo e que o o governo quer “ao Ibama e à companheira Marina que é plenamente possível fazermos a prospecção de petróleo”.
Segundo ele, eventuais riquezas que possam vir a ser exploradas na Margem Equatorial é que podem garantir a transição energética e “manter nossas florestas em pé”. “Se não encontrar petróleo, tudo bem, vamos procurar em outro lugar”, disse o presidente.