O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 17, que se um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não for assinado em uma cúpula do bloco sul-americano no fim de semana, um pacto não será assinado enquanto ele for presidente e o tom com os europeus será mais duro.

“Eu já avisei para eles que se a gente não fizer o agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, disse Lula em discurso durante reunião ministerial em Brasília.

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Ao mesmo tempo, o presidente afirmou que ainda tem expectativa de que o acordo será concluído na cúpula do Mercosul marcada para o fim de semana em Foz do Iguaçu (PR).

“Eu vou a Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam sim e não de que digam não, mas também se disserem não, nós vamos ser duros daqui para frente com eles”, acrescentou.

O tratado comercial é negociado há mais de duas décadas entre os dois blocos.

Alguns países europeus relutam em ratificá-lo por possíveis prejuízos em seu setor agrícola.

A Comissão Europeia pretende concluir antes de sábado o processo de ratificação.

Os sócios plenos do bloco sul-americano – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – estão, por sua vez, prontos para assinar.

O acordo permitirá que a UE exporte mais veículos, máquinas, vinhos e licores para a América do Sul. Em troca, facilitará a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa.

A França exige medidas para que todos os pesticidas proibidos na UE também o sejam nos países do Mercosul.

A cúpula de chefes de Estado do bloco sul-americano, neste sábado em Foz, será precedida na véspera por um encontro de ministros das Relações Exteriores e da Economia, na mesma cidade da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Se aprovado, o acordo UE-Mercosul criará um mercado comum de 722 milhões de habitantes.

Com informações da AFP