29/03/2022 - 17:24
(Reuters) – O general da reserva Joaquim Silva e Luna, que deixará o comando da Petrobras no mês que vem, disse nesta terça-feira que a estatal tem uma governança forte e não há espaço para “aventureiro” dentro da companhia.
Durante uma palestra no Superior Tribunal Militar, em Brasília, ele saiu em defesa da política de paridade de preços da empresa com os valores internacionais, um pilar que garante a rentabilidade na área de refino.
“A empresa é fiscalizada por mais de duas dezenas de órgãos de fiscalização e controle, e possui uma robusta governança em conformidade e sustentabilidade. Não há lugar para aventureiro dentro da empresa hoje, a não ser que mude a legislação”, disse ele.
A fala ocorreu menos de 24 horas após a notícia da saída de Luna da presidência da companhia.
À Reuters, o CEO falou que ficará no cargo até 13 de abril, quando acontece a próxima assembleia de acionistas que definirá o novo conselho e o presidente-executivo da Petrobras, que deverá ser o economista e especialista em energia Adriano Pires, indicado pelo governo.
A saída de Luna ocorre após descontentamento do presidente Jair Bolsonaro em relação a aumentos de combustíveis realizados pela estatal no início de março.
O executivo disse que a empresa tem responsabilidade com a sociedade, mas não faz política pública.
“Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda”, disse ele em palestra.
(Por Rodrigo Viga Gaier)