O Federal Reserve (Fed, banco central americano) vai manter sua luta agressiva contra a inflação “por tanto (tempo) quanto for necessário” para baixar os preços, disse nesta quarta-feira (7) a vice-presidente da entidade.

Repetindo comentários de outros dirigentes do Fed, Lael Brainard destacou que o Fed não tem planos de mudar tão cedo o curso de ação que o tem levado a elevar os juros em cada uma de suas reuniões do comitê de política monetária.

A inflação em níveis recorde de 40 anos corrói o poder de compra das famílias americanas, em um contexto de problemas nas redes de abastecimento e, sobretudo, do aumento do preço da gasolina após a invasão russa da Ucrânia.

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O Fed elevou quatro vezes suas taxas básicas de juros este ano, incluindo fortes aumentos de 0,75 ponto percentual e tem outro similar este mês, segundo o consenso do mercado.

“Estamos nisto tanto quanto for necessário para baixar a inflação”, enfatizou Brainar em discurso preparado para uma conferência em Nova York, no qual reconhece que as famílias de baixa renda são as que sofrem mais com o aumento dos preços.

A taxa básica de juros “precisará subir mais” e “a política precisará ser restritiva por algum tempo para dar confiança de que a inflação está caindo para a meta” de 2%, estabelecida pelo banco central, informou.

Reiterando comentários do titular do banco central, Jerome Powell, Brainard destacou que é necessário “evitar o risco de voltar atrás (nos aumentos das taxas) cedo demais”.

“Embora a moderação na inflação mensal é bem-vinda, serão necessários vários meses de dados de inflação mensal baixa para confiar em que a inflação se mova para 2%”, sustentou.

Embora tenha se moderado em julho, depois de um máximo de 40 anos em junho, a inflação se mantém alta nos Estados Unidos, em 8,5% segundo o índice de preços ao consumo, CPI, e 6,3% segundo o índice PCE, preferido pelo Fed.