16/01/2015 - 20:00
O impacto dos atentados terroristas em Paris deve atingir as empresas de luxo de todo o mundo. Segundo Luca Solca, analista da companhia de investimentos francesa Exane BNP Paribas, as vendas devem sofrer um revés, porque menos pessoas vão querer visitar a capital da moda para fazer compras. “Atos terroristas afetam tanto as viagens quanto o sentimento do consumidor, provocando queda nas vendas, algo grave em uma indústria com custos elevados”, avalia Solca. Desde o atentado no dia 7 até a quarta-feira 14, as ações da joalheria Tiffany recuaram 16% em Nova York. Os papéis listados no Brasil não foram negociados.
Commodities
As perdas da Vale
As commodities recuaram mais um pouco, na quarta-feira 14, com a divulgação de projeções menores de crescimento global pelo Banco Mundial. A tonelada do minério de ferro fechou a US$ 68,80, queda de 5,92% em relação a dezembro de 2014. Isso afetou profundamente as ações PNA da Vale, que recuaram 7,7% nessa data. No ano, a queda é de 4,3%.
Destaque no pregão
Acionistas da Eletrobras no escuro
Aprovado em novembro de 2014, o plano estratégico 2015-2020 da Eletrobras ainda não foi divulgado. Os analistas estão no escuro, sem saber qual será a capacidade instalada da empresa e o valor e a alocação dos investimentos até 2020. O fato agrava a relação da estatal com os acionistas e afeta seu valor de mercado. Atualmente, ela vale R$ 8,3 bilhões, equivalente a apenas 14% do seu patrimônio de R$ 58,3 bilhões. Em 2015, até a quarta-feira 14, as ações ordinárias recuam 2,8%, após subirem 4,3% em 2014.
Touro x Urso
O retrocesso nas cotações internacionais das commodities e a incerteza em relação ao crescimento econômico mundial continuam afetando o mercado brasileiro. A queda do Índice Bovespa no ano, até a quarta-feira 14, era de 4,7%.
Bioenergia
Carga na Biosev
A empresa de bioenergia Biosev, vinculada ao grupo francês Louis Dreyfus, anunciou, na segunda-feira 12, uma captação internacional de US$ 318 milhões por 40 meses através de um pré-pagamento de exportações sindicalizado por oito bancos internacionais. Os recursos, que vão fortalecer o caixa e alongar o perfil da dívida, custarão Libor mais 4,75% ao ano. No ano, as ações recuam 3,8%.
Quem vem lá fora
IPOs: poucos no País, muitos no exterior
Enquanto as aberturas de capital no Brasil ficaram no congelador em 2014, nos demais países o mercado ferveu. Um levantamento da Bloomberg exclusivo para a DINHEIRO contabilizou 2.575 ofertas iniciais, que captaram US$ 283,4 bilhões. A maior foi a da empresa de e-commerce chinesa Alibaba, que levantou US$ 21,8 bilhões, em setembro. Por aqui, apenas a Ourofino se aventurou a levantar R$ 418 milhões, em outubro. “O IPO é um termômetro do mercado”, afirma Raphael Figueiredo, da corretora paulista Clear. Empresas como Azul e JBS Foods só esperam uma oportunidade para abrir seu capital.
Palavra do analista:
Para Figueiredo, 2015 deve ser parecido com 2014, o que significa poucas ofertas. “É provável que a Azul, que está na fila há algum tempo e pode se beneficiar da queda do preço do petróleo, tire o projeto do IPO da gaveta.”
Bancos
Troca de guarda no Santander e no BB
As ações do Santander subiram mais de 3,5%, na tarde da quinta-feira 15, com os rumores de que Sérgio Rial (primeiro abaixo), ex-presidente do frigorífico Marfrig, assumiria a cabeceira do Conselho de Administração do banco espanhol. No início da semana, o Santander já havia anunciado a entrada em um novo segmento, o de cartões pré-pagos. Isso foi possível com a aquisição de 50% do capital da Super, empresa digital que presta serviços de pagamento eletrônico. “O modelo de negócios da empresa é estratégico, pois proporciona a uma parcela importante da população o primeiro contato com serviços financeiros”, disse Conrado Engel, vice-presidente de Varejo do Santander. Já no Banco do Brasil a novidade é a chegada de Tarcísio Godoy, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para a presidência do Conselho de Administração. No ano, as ações do BB caíram 6,7% até quarta-feira 14.
Mercado em números
Cetip
R$ 292,3 bilhões – É o estoque de instrumentos financeiros vinculados ao setor imobiliário nacional depositados na Cetip, no fim de dezembro. Representa um aumento de 40,4% em relação ao mesmo mês de 2013.
Oi
R$ 5 bilhões – É o valor de mercado da empresa de telefonia, na segunda-feira 12, quando a Portugal Telecom anunciou a assembleia de acionistas que decidiria sobre a venda dos ativos portugueses da empresa brasileira. Com isso, as ações caíram 13,5%.
Marcopolo
R$ 3,47 bilhões - É o faturamento projetado pela companhia para 2014, semelhante ao realizado até novembro de 2014, segundo o CEO José Rubens de la Rosa.
Embraer
– US$ 400 milhões – É a projeção de fluxo de caixa livre de 2014, de acordo com informações preliminares divulgadas pela fabricante de aviões.
Bradespar
24,8 milhões – É a quantidade de ações que serão recompradas pela Bradespar, empresa de participações do Bradesco, sendo 22,2 milhões de preferenciais e 2,6 milhões de ações ordinárias.