Brasília, 11/11 – Os resultados mais fracos da M. Dias Branco no terceiro trimestre deste ano refletem um mercado mais competitivo, avalia o vice-presidente de Investimentos e Controladoria, Gustavo Theodozio. “Os números do trimestre vieram muito aquém do potencial da companhia. Os resultados refletem um mercado mais competitivo, com pouca margem para precificação, com inflação corroendo renda do consumidor e com a desvalorização do real pressionando custos, já que a matéria prima importada representa 60% do custo da empresa”, disse Theodozio em teleconferência com investidores, hoje de manhã, para apresentação dos resultados financeiros da companhia no terceiro trimestre deste ano.

No último trimestre, a fabricante de alimentos M. Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 124,7 milhões, 51,9% menor na comparação com igual período de 2023. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 228,9 milhões, recuo de 48,1% frente ao terceiro trimestre do ano anterior. A margem Ebitda ficou em 9,5%, ante 16,1% de um ano antes, queda de 6,6 pontos porcentuais em um ano.

A receita líquida da M. Dias Branco cedeu 12,1% na mesma base comparativa, alcançando R$ 2,404 bilhões ao fim do terceiro trimestre deste ano. O recuo de 6,6% no preço médio dos produtos na comparação anual do período combinado com a queda de 6,9% no volume comercializado pesaram sobre a receita da companhia.

Para Theodozio, o momento exige “correções de rotas”. “Não acho que haja falha de estratégia. O mercado está muito mais volátil com pressão de questões macroeconômicas, como a flutuação do câmbio, quase batendo R$ 6, e a inflação corroendo a renda. O mercado está muito sensível a reajuste de preços de produtos, o que exige mais precisão no processo”, pontuou. Segundo o executivo, a companhia já lançou mão de medidas corretivas para retomar volume de vendas e melhorar a precificação dos produtos.