Dificilmente o consumidor brasileiro não tenha visto ou até comprado algum produto Turma da Mônica no varejo. Isso porque, são 4 mil produtos licenciados com a marca, em parceria com mais de 200 empresas. Ao lado da Disney, a criação de Mauricio de Sousa está entre os maiores sucessos do setor, segundo a Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens (ABRAL).

A forte presença da marca no setor se dá em um cenário em que o Brasil é o principal motor do mercado de licenciamentos na América Latina, tendo faturado US$ 6,9 bilhões em 2023, crescimento de 8% em relação ao ano anterior, de acordo com o Estudo Global da Indústria de Licenciamento, da Licensing International mais recente.

Marcos Saraiva, neto de Mauricio de Sousa e CEO da MSP Estúdios, que detém os direitos de uso da marca, não revela quanto fatura com os licenciamentos, mas diz que aproximadamente 60% das receitas vêm dessa frente.

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Outro case de sucesso do grupo é a maçã, uma das mais lembradas e considerada por muitos como um dos maiores êxitos da empresa. O produto foi lançado em 1995 pela Pomelle, comprada em 1998 pelo Grupo Fischer.

Saraiva confirmou a história de que foi o próprio Mauricio que teve a ideia de inventar as maças da Turma da Mônica para aproveitar maçãs pequenas que eram descartadas.

“A maçã é um case muito legal. Aquela maçã pequenininha que a gente vê nos saquinhos da Turma da Mônica, era uma maçã que antigamente era usada como descarte, para ração de animais. A gente pegou um produto que não era a linha de produção e transformou-se em um produto de desejo”

Expectativa é lançar 40 produtos em 2025

Em abril, a empresa anunciou duas novas parceiras para a Turma da Mônica. Uma com as vitaminas Lavitan, em parceria com a Cimed, e as mini-bananinhas, com a Paraibuna.

A CEO da Bananinha Paraibuna, Letícia Paiola, contou à IstoÉ Dinheiro que o principal motivo de escolher a turma da Mônica para ser o primeiro licenciamento da empresa não foi apenas profissional, mas também pessoal, já que é fã da Turma.

Mini Bananinha Paraibuna (Crédito/IstoÉ Dinheir)

A empresa lançou as bananinhas mini com os personagens da Turma da Mônica na embalagem, e fechou parceria para vender o produto exclusivamente no Grupo GPA (Pão de Açúcar e Extras) durante a segunda quinzena de abril. A partir de maio, o produto passou para as prateleiras de todo o país.

Saraiva disse à IstoÉ Dinheiro que um dos focos agora é ampliar o reconhecimento de outros personagens, como Chico Bento e Horácio, e aumentar a presença internacional da marca.

“Temos um calendário de lançamentos bem forte este ano. Devemos ter ao menos 40 produtos lançados ainda em 2025, com foco em Turma da Mônica e também em Chico Bento e Horácio. Um deles já ganhou filme, e o outro está prestes a isso”, conta Saraiva.

A MSP quer desvincular de vez o Chico Bento da Turma da Monica, colocando o menino da roça como uma propriedade individual. O filme “Chico Bento e a Goiabera Maraviósa” faz parte dessa estratégia, assim como a parceria com a Gol para o avião do Chico Bento.

Avião do Chico Bento em parceria com a GOL (Crédito: Divulgação)

“Para nós, fechar essas parcerias foi muito importante. Ter esse posicionamento mais claro de Chico Bento e Turma da Mônica são propriedades diferentes, cada um tem uma voz diferente”, explica Marcos Saraiva.

O futuro da MSP Estúdios

O neto conta que o avô, pestes a completar 90 anos, faz questão de participar de todas as decisões mais importantes da MSP Estúdios, apesar da menor presença no dia a dia.

“Ele é muito participativo, apesar de não estar nos trabalhos do dia a dia, nos projetos maiores ele faz questão que levemos para ele. Costumo dizer que ele é genial, às vezes estamos em uma discussão e ele solta um ou dois comentários que impressionam”, diz Saraiva.

Nova diretoria da MSP Estúdios (Crédito/Divulgação)

Agora nas mãos de Saraiva, Mauro Sousa (filho de Mauricio), Marina Sousa (filha de Mauricio) e Fábio Junqueira, a e MSP tenta levar a Turma da Monica e seus amigos para o mundo.

“Temos uma presença boa no Japão, principalmente na TV, mas existe muita resistência aos quadrinhos, o que é esperado por eles serem bem fechados para conteúdo internacional. Estamos com uma estratégia agressiva para o México, não apenas com conteúdo, onde já somos fortes por lá, mas com produtos licenciados”, revela o CEO.