02/05/2022 - 23:30
Usada há milhares de anos, a cannabis foi utilizada por 192 milhões de pessoas em todo o mundo em 2018, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes. Os adultos jovens, entre 18 e 25 anos, respondem a 35% dos usuários.
Pesquisas publicadas em revistas científicas dizem que a maconha recreativa pode afetar a cognição sobretudo em quem tem desejo persistente para usar a droga, o que afeta cerca de 10% dos usuários.
+ Cannabis medicinal pode ter efeitos positivos na saúde feminina
+ Anvisa aprova três produtos a base de cannabis
“Participantes com a condição apresentaram desempenho significativamente pior nos testes de memória do Cantab (Cambridge Neuropsychological Test Automated Battery), em comparação com indivíduos do grupo de controle, que nunca ou muito raramente usavam cannabis”, afirmam os pesquisadores em artigo publicado no site The Conversation.
As pesquisas ainda mostram que a maconha afetou negativamente as funções executivas dos usuários, efeito que pode estar associado à idade com que as pessoas começam a usar a droga. Quanto mais jovens, mais prejudicadas suas funções executivas.
O gênero também parece influenciar: enquanto a cannabis afeta a memória dos usuários do sexo masculino, as mulheres são mais afetadas em relação à atenção e a funções executivas. As observações persistiram ao controlar idade, QI, uso de álcool e nicotina, humor, ansiedade, estabilidade emocional e comportamento impulsivo.
Ainda há evidências que a cannabis pode contribuir com problemas de saúde mental. A anedonia, incapacidade de sentir prazer, afeta sobretudo os adolescentes. Fumar maconha durante a adolescência é um fator de risco ao desenvolvimento de experiências psicóticas, como a esquizofrenia. Foram avaliados 2.437 pessoas entre 14 e 24 anos.
“Os efeitos cognitivos e psicológicos do uso de cannabis provavelmente dependem, em certa medida, da dosagem (frequência, duração e força), sexo, vulnerabilidades genéticas e idade de início. Mas precisamos determinar se estes efeitos são temporários ou permanentes”, ressaltam os autores.