06/03/2017 - 18:20
A mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima Moura, entrou com recurso contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu a saída da prisão do goleiro Bruno. O jogador deixou a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, no último dia 24, por força de habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello. Bruno foi condenado a 22 anos e três meses pelo sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver de Eliza, ex-amante do goleiro. Até o momento, cumpriu seis anos e sete meses da pena. O filho de Eliza, que também se chama Bruno, de sete anos, mora com Sônia de Fátima em Campo Grande. À época em que o jogador foi preso, Eliza discutia com o goleiro pagamento de pensão para o filho.
A defesa do atleta afirmou ter ocorrido movimentação no processo que envolve o habeas corpus, mas que não seria possível confirmar o teor da petição. “A análise (do documento)será feita nessa segunda-feira, 6”, disse um dos advogados do goleiro, Luan Veloso Coutinho. Por ter sido concedido de forma monocrática, a decisão do ministro Marco Aurélio ainda pode ser revista no momento em que chegar ao Pleno do STF, o que ainda não tem data para ocorrer. A reportagem não conseguiu contato com a família de Eliza Samudio.
Para justificar o habeas corpus, o ministro Marco Aurélio alegou que um recurso impetrado pela defesa do goleiro está parado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) desde 2013. Na decisão, o ministro afirma que “a esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses” e que “nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”. Acionado desde a saída do goleiro da prisão, o TJ não informa os motivos pelos quais o recurso ainda não foi julgado.
Bruno, que foi campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009, foi preso em 2010. O corpo de Eliza Samudio nunca foi encontrado. O julgamento ocorreu em 2013. A defesa afirma que o goleiro teria pelo menos dez propostas de clubes para voltar a jogar futebol. Dois deles, Chapecoense e Bangu, no entanto, negaram ontem, 4, interesse em ter o goleiro em seus quadros.