Responsável por 20% das operações logísticas no transporte marítimo internacional, a companhia dinamarquesa A.P. Moller Maersk continua a navegar de vento em popa na pandemia. A receita cresceu 52% no segundo trimestre e os lucros mais que dobrarem na comparação anual. Os resultados recordes foram impulsionados, segundo a companhia, por fortes níveis de frete marítimo, crescimento rápido e lucrativo em logística e contínuo desempenho sólido nos terminais. “Entregamos um resultado excepcionalmente forte e, consequentemente, registramos o 15º trimestre consecutivo com melhorias nos lucros ano a ano. Estamos satisfeitos com nosso desempenho em todos os negócios”, disse Søren Skou, CEO da Maersk.

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O período de crescimento do setor fica evidenciado na estimativa de resultados para 2022. A indústria naval deve lucrar US$ 150 bilhões, montante quase 100% superior aos US$ 85 bilhões apurados no período entre 2000 e 2019. O incremento nos negócios está diretamente relacionado à pandemia. Depois do fechamento esporádico de portos ao longo de 2020, primeiro ano da crise sanitária, a produção mundial retornou com força total, principalmente em 2021, e estrangulou o transporte marítimo global, responsável por 90% das transações entre os cinco continentes.

Apesar dos desafios estabelecidos, a Maersk soube tirar proveito da situação. No período entre abril e junho de 2022, a companhia registrou lucro líquido de US$ 8,6 bilhões, bem acima dos US$ 3,7 bilhões apurados no ano passado. A receita cresceu de US$ 14,2 bilhões para US$ 21,7 bilhões, enquanto o Ebitda e o Ebit aumentaram para US$ 10,3 bilhões e US$ 9 bilhões, respectivamente, contra US$ 5 bilhões e US$ 4 bilhões na comparação anual. O fluxo de caixa livre subiu para US$ 6,8 bilhões, 110% maior que os US$ 3,2 bilhões de 2021.

A receita em logística no trimestre cresceu 61%, para US$ 3,5 bilhões, e o Ebit aumentou para US$ 234 milhões, principalmente em razão de maiores volumes de novos clientes e de maiores investimentos dos já existentes na base. A empresa manteve o investimento em seu portfólio logístico e capacidades com a conclusão das aquisições da Pilot Freigh, especializada em logística Pilot Freight Services, e da Senator International, com experiência em frete aéreo. Além disso, a Maersk fortaleceu a oferta de frete aéreo com o lançamento da Maersk Air Cargo.

Em terminais, a receita cresceu para US$ 1,1 bilhão e o Ebit aumentou para US$ 316 milhões, impulsionado principalmente pela forte demanda de importação nos Estados Unidos e pelo crescimento do mercado na Ásia, bem como maior receita de armazenamento, compensada por custos mais altos. E no transporte marítimo, a receita cresceu para US$ 17,4 bilhões e o Ebit aumentou para US$ 8,5 bilhões no segundo trimestre. De acordo com a empresa, os níveis de frete mais altos foram parcialmente compensados por uma queda de 7,4% nos volumes transportados e por custos mais altos de combustível, handling e na cadeia de suprimentos globais.