DINHEIRO – A partir de quando Hollywood percebeu que as animações em computadores poderiam ser um negócio atraente?
KATZENBERG – Acho que a partir de Shrek as animações amadureceram. Nós não fazemos filmes apenas para as crianças. Nossos filmes são mais subversivos e irreverentes do que as animações do passado, o que agrada bastante os adultos e adolescentes

DINHEIRO: A computação gráfica e a tecnologia 3D já são mais importantes que uma boa história?
KATZENBERG: Absolutamente não. O mais importante é sempre contar uma grande história. A tecnologia sozinha não sustenta nada. No nosso trabalho, podemos combinar o melhor da tecnologia com uma ótima historia. Mas a tecnologia 3D é uma fantástica nova oportunidade para atrair os cinéfilos de todo o mundo para voltar a frequentar o cinema.

DINHEIRO: Por falar nisso, a última parte de Shrek será lançada neste ano. É realmente o último filme dele?
KATZENBERG: Sim, será o último filme. Shrek tem sido a grande bandeira da nossa companhia durante quase uma década. Um fenômeno. O impacto do original foi algo inacreditável, que sentimos deve ser preservado. Este é um bom momento para encerrarmos a sua saga. E, acredite ou não, é muito mais difícil fazer uma continuação. A expectativa é muito grande. Nós só fazemos uma porque o público gostou muito do anterior.
 
DINHEIRO: Qual a sua opinião sobre as pessoas que baixam filmes gratuitamente pela internet?
KATZENBERG: Entendo que a pirataria é um problema, mas as pessoas costumam pagar para ver os nossos filmes. Não vou dizer que não somos impactados, mas os filmes mais pirateados são também os que fazem maior sucesso nos cinemas.  ?Avatar? foi muito pirateado, mas ele foi o maior sucesso da história. E isso é algo que o 3D não pode mudar.
 
DINHEIRO: O senhor conhece o Carlos Saldanha, diretor brasileiro de Era do Gelo?
KATZENBERG: Não o conheço pessoalmente, mas acompanho o seu trabalho. Ele é muito talentoso

DINHEIRO – Qual o potencial do Brasil para a Dreamworks?
KATZENBERG: O Brasil é um mercado fantástico para a Dreamworks e com grande potencial de crescimento. É um dos países que vão se tornar líderes no negócio de cinema e um dos mercados mais excitantes para nós.
 
DINHEIRO: O senhor se considera mais uma artista ou um homem de negócios?
KATZENBERG: (risos) Hoje, acho que sou um pouco dos dois. Afinal, estamos no show business.