A demanda reprimida após a pandemia impulsionou os gastos com viagens nos últimos tempos, mas a situação pode se reverter no segundo semestre do ano devido à alta inflação e o aumento das taxas de juros, alertou a Ryanair, a maior companhia aérea da Europa em número de passageiros.

“Estamos preocupados com o impacto dessas tendências macroeconômicas”, disse o CEO da empresa, Michael O’Leary, em um vídeo publicado na segunda-feira, 24. Segundo ele, isso pode “afetar os gastos do consumidor no segundo semestre do ano”.

+ Companhia aérea adapta asas do seu 737 para economizar combustível
+ General Motors tem lucro e receita acima do esperado e eleva projeção; ação sobe no pré-mercado

As previsões de O’Leary contrastam com o anúncio de que a Ryanair reportou lucros no primeiro trimestre de 663 milhões de euros (cerca de R$ 3,13 bilhões), número quase quatro vezes maior do que no mesmo período do ano passado, quando o setor foi afetado pela invasão da Rússia à Ucrânia.

De acordo com os dados divulgados, as tarifas médias de voos na Ryanair aumentaram 42% no último trimestre, impulsionadas pela Páscoa e pela coroação do Rei Charles III. Porém, a empresa observou uma redução nas tarifas no final de junho e início de julho.

O’Leary afirmou que, com os gastos mais altos do consumidor devido à inflação, a companhia aérea pode precisar reduzir os preços das passagens para atender às metas de crescimento de passageiros. Porém o CEO se manteve confiante de que os preços mais baixos da “low cost” permitem crescimento mesmo em tempos de recessão.