28/01/2016 - 15:20
O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, informou nesta quinta-feira que colocou a Petrobras sob observação devido ao risco de corrupção, em meio a acusações de suborno e propinas.
Segundo o fundo, a decisão de colocar a petroleira em observação foi tomada pelo Conselho do Banco Central da Noruega, que administra o fundo, e foi feita com base no parecer do Conselho de Ética do fundo.
“O conselho executivo [do Banco Central] não considerou de forma independente todos os detalhes da investigação, mas acha que há base suficiente para concluir que os critérios observados tenham sido suficientes”, disse o Banco Central.
“Os executivos seniores da empresa e de seus fornecedores mais importantes aparentemente organizaram um sistema de pagamento de grandes subornos a políticos superiores, partidos políticos e funcionários públicos por uma década”, disse o Conselho de Ética do fundo. “Vários dos altos executivos da empresa também receberam grandes propinas”, acrescentou.
O Conselho disse que encomendou dois estudos feitos por consultores para avaliar as acusações de corrupção e que esteve em contato com a empresa, mas a Petrobras não quis comentar.
O Conselho afirmou ainda que não pediu para o fundo excluir a Petrobras porque os procedimentos anticorrupção da companhia foram recentemente estabelecidas e porque as investigações continuam e atenção negativa em direção à Petrobras provavelmente iria reduzir o risco de uma corrupção maior.
Uma nova avaliação sobre o assunto ainda será feita neste ano e se outros casos de corrupção surgirem e se a Petrobras não mostrar que seu programa anticorrupção está funcionando, a condição de exclusão poderá ser atendida, disse o Conselho de Ética.
Em 2014, o fundo tinha uma participação de US$ 162,6 milhões na Petrobras International Finance, subsidiária da Petrobras de Luxemburgo, e fatia de US$ 38,4 milhões na Petrobras Global Finance, da Holanda. Os dados de 2015 serão publicados em março.
O fundo anteriormente excluiu mais de 60 empresas de seu portfólio de investimentos por razões éticas, incluindo empresas produtoras de minas terrestres, tabaco ou armas nucleares, e as empresas em risco de violar os direitos humanos ou que causaram danos ambientais graves. Fonte: Dow Jones Newswires.