Considerado a prévia da inflação oficial , o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) registrou alta de 0,36% em maio, com o segmento de ‘Alimentação e Bebidas’ perdendo o topo entre as maiores altas após meses de forte alta.

+Governo divulga nova lista de cafés impróprios para consumo com 3 marcas

O maior impacto no mês veio da energia elétrica residencial (1,68%), enquanto o grupo de alimentação e bebidas passou de 1,14% em abril para 0,39% neste mês. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, vários itens alimentícios apresentam altas consistentes.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 desacelerou para 5,40%, abaixo dos 5,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Entre os itens que mais subiram, o café moído segue o grande destaque, com um encarecimento de 83% em 12 meses. Em seguida, aparecem as joias (33,66%) e então a tangerina (32,74%).

Veja as maiores altas em 12 meses segundo o IPCA-15 de maio de 2025

#ITEMALTA EM 12 MESES (%)
1CAFÉ MOÍDO83,20
2JOIA33,66
3TANGERINA32,74
4ACÉM28,27
5ALCATRA25,98
6PATINHO25,41
7CIGARRO24,73
8PEIXE-DOURADA24,43
9CONTRAFILÉ24,17
10ÓLEO DE SOJA23,95
11FILÉ-MIGNON23,83
12LAGARTO COMUM23,72
13COSTELA23,37
1423,25
15CHÃ DE DENTRO23,10
16CAFÉ SOLÚVEL22,85
17CAPA DE FILÉ22,79
18MÚSCULO22,32
19CUPIM21,46
20LAGARTO REDONDO20,70
21CHOCOLATE EM BARRA E BOMBOM20,08
22CARNE DE PORCO19,46
23ABACATE19,23
24CHOCOLATE E ACHOCOLATADO EM PÓ18,36
25AÇAÍ (EMULSÃO)18,27
26PEITO18,16
27LARANJA-LIMA17,59
28CARNE DE CARNEIRO17,59
29REVISTA16,98
30PEIXE-SERRA16,92

A colheita do café, o líder absoluto na alta dos preços, registrou ao longo do último ano grandes impactos das mudanças climáticas. “São fatores que continuam a ocorrer e tornam a produção mais arriscada e custosa, além de impactarem diretamente a oferta global”, afirma o sócio-associado da consultoria Mirow & Co., Lucas Santiago.

Segundo a consultoria, o preço do arábica pode cair até 30% até o final deste ano, se a colheita brasileira se recuperar. “Em um cenário pessimista, o café pode de fato se tornar um produto com perfil mais “premium”, especialmente os grãos especiais e puros, com o consumo se concentrando em grupos com maior poder aquisitivo”, afirma Santiago.

“O brasileiro não vai tomar menos café, no geral, mas o perfil do consumo vai mudar, com a qualidade do café se tornando cada vez mais marcador social. A tendência é de migração de alguns consumidores, principalmente de menor renda, para versões mais baratas ou adulteradas, enquanto públicos de maior renda permanecem nos nichos de café especial”, conclui.

Energia elétrica mais cara

A energia elétrica residencial foi o segmento do IPCA-15 com maior alta, de 1,68%, influenciada pela mudança na bandeira tarifária. Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, com a cobrança adicional de R$1,885 a cada 100kwh consumidos.

O grupo Transportes registrou deflação (-0,29%), e foi influenciado principalmente pela queda da passagem aérea (11,18%). Destaque também para a queda nos preços do ônibus urbano (1,24%). Por outro lado, os combustíveis aceleraram de -0,38% em abril para 0,11% em maio, com altas nos preços do etanol (0,54%) e da gasolina (0,14%) e quedas no óleo diesel (1,53%) e gás veicular (0,96%).

Dentro do setor de alimentos, alguns itens ainda encareceram bastante, caso da batata inglesa (21,75%) e do morango (13,97%). Veja os itens com maior alta no mês:

#ItemAlta no IPCA-15 de maio (%)
1BATATA-INGLESA21,75
2MORANGO13,97
3CORREIO12,02
4PEIXE-DOURADA6,18
5CEBOLA6,14
6ABOBRINHA5,55
7PIMENTÃO5,30
8CAFÉ MOÍDO4,82
9BANANA-DA-TERRA4,52
10COLCHÃO4,25
11FLORES NATURAIS4,19
12OFTALMOLÓGICO3,80
13PEIXE-TAMBAQUI3,74
14FEIJÃO-MULATINHO3,71
15AGASALHO MASCULINO3,59