03/07/2025 - 14:25
Atual legislação liberal do país permite que jovens consumam álcool na presença dos pais a partir dos 14 e comprem cerveja ou vinho a partir dos 16. Pesquisa aponta que maioria da população quer regras mais rígidas.A maioria na Alemanha quer leis mais rígidas para proteger os jovens do álcool. Uma pesquisa do instituto Forsa encomendada pela seguradora de saúde KKH Kaufmännische Krankenkasse revelou que 65% apoiam a abolição do chamado consumo supervisionado de bebidas alcoólicas, permitido pelas leis alemãs a partir dos 14 anos.
Atualmente, jovens entre 14 e 16 anos podem consumir cerveja, vinho ou espumante em público quando acompanhados por um dos pais ou responsável – por exemplo, em festas de aniversário em casa ou enquanto tomam uma cerveja com os pais em um bar.
No entanto, muitos dos entrevistados pela pesquisa defendem restrições ainda mais abrangentes. Uma pequena maioria (52%) é a favor de apenas permitir a compra e o consumo das bebidas alcoólicas a maiores de 18 anos. Atualmente, a idade mínima para compra é 16 anos, com limite de 18 anos apenas para bebidas destiladas como a vodca e o schnaps alemao.
O instituto Forsa entrevisou 1.004 pessoas de 18 a 70 anos em todo o país, de 19 a 25 de junho.
Riscos à saúde e de acidentes
“Quanto mais cedo os jovens consomem álcool, maiores os riscos à saúde”, disse a psicóloga Franziska Klemm, da KKH. Além das consequências a curto prazo, como acidentes, lesões ou violência, o consumo regular também aumenta o risco de doenças graves, como câncer, doenças hepáticas ou cardiovasculares.
Associações médicas e sociedades profissionais também há muito tempo pedem medidas mais firmes contra o consumo de álcool. A Sociedade Alemã de Nutrição (DGE) agora recomenda a abstinência total de álcool. Um documento recente da entidade afirma que não existe um nível seguro de consumo, e classifica o álcool como uma droga psicoativa.
Políticos apoiam mudança
Os secretários da Saúde dos 16 estados alemães defenderam recentemente a proibição do consumo supervisionado de álcool. Eles contam com o apoio da Ministra Federal da Saúde, Nina Warken.
O comissário federal para Drogas, Hendrik Streeck, também é a favor de abolir que o consumo supervisionado de álcool para menores de 16 anos, afirmando que “o álcool não se torna menos prejudicial apenas pela presença dos pais”.
Streeck também pediu uma reformulação da mentalidade local, visto que o consumo de álcool ainda está profundamente enraizado na cultura alemã cotidiana.
O comissário disse que a sociedade deve começar a desenvolver uma abordagem consciente e crítica a essa cultura entre os jovens de hoje, que estão muito mais preocupados com a saúde do que as gerações anteriores. Isso, segundo afirmou, precisa ser apoiado.
rc (DPA. KNA, EPD)