01/05/2024 - 9:00
Mesmo com o ciclo de corte da taxa Selic ainda em curso, a renda fixa segue considerada atrativa para o investidor. Com os juros ainda em patamares considerados altos para especialistas do mercado financeiro, o título do Tesouro Direto mais demandado em março foi o Tesouro Selic, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 30.
+ Mudança na meta fiscal reduz expectativas de novos cortes na Selic; entenda
No mês passado, foram realizadas mais de 550 mil operações de investimento em títulos do Tesouro Direto. A maioria das aplicações (58,8%) eram de até R$ 1 mil.
Quanto ao prazo, a maior parcela de vendas de títulos do Tesouro se concentrou nos papéis com vencimento entre 1 e 5 anos, que alcançaram 64,9% do total. Já as aplicações em títulos com vencimento acima de 10 anos representaram 20,4%, enquanto os investimentos de 5 a 10 anos corresponderam a 14,7% do total.
Títulos mais procurados
O título mais demandado pelos investidores foi o indexado à taxa Selic (Tesouro Selic), que totalizou em vendas R$ 2,17 bilhões – 61,5% do total.
Fabrício Silvestre, analista de renda fixa da Levante Inside Corp, diz que “dois fatores podem ajudar a explicar esse comportamento. O primeiro é a mudança de expectativa para uma Selic mais alta ao final do ciclo de cortes do Copom, o que, em tese, muda o quanto cada investidor quer manter desse título na carteira”.
“Adicionalmente, o título apresenta uma volatilidade muito pequena de retorno, o que gera uma atratividade adicional, em especial num momento de aumento de incertezas, que foi o que houve. A gente viu uma desidratação da expectativa de corte da taxa de juros norte-americana”, complementa Silvestre.
Em segundo lugar ficaram os títulos indexados à inflação e os papéis criados para investimentos direcionados a educação ou aposentadoria. Juntos, esses títulos somaram R$ 1,06 bilhão e corresponderam a 29,9% das vendas. São eles Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+.
Considerando somente os novos títulos Tesouro RendA+, foram 3,4% do total das vendas. Já o Tesouro Educa+ representou 1,1% do total.
Enquanto isso, os títulos prefixados (aqueles em que a rentabilidade é definida no momento do investimento, sem depender da flutuação de nenhum indicador) totalizaram R$ 304,5 milhões em vendas, ou 8,6% do total. Foram eles o Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.
Entenda
O Tesouro Direto é um investimento que permite que o cidadão empreste dinheiro ao governo, recebendo em troca uma remuneração. Ela pode ser atrelada à inflação ou à Taxa Selic, ou então pré-determinada no momento da compra do título.
Os papéis têm prazo de vencimento, mas o investidor pode resgatar o dinheiro antes dele. Para isso, no entanto, ele fica sujeito às flutuações do preço do papel no mercado – ou seja, pode resgatar seu dinheiro com rentabilidade, mas também pode perder. Já se o investimento for levado até o final do prazo, a remuneração segue o estabelecido pelo tipo de título no momento da compra.
O Tesouro Direto é considerado um investimento conservador, indicado por especialistas a investidores que têm baixa tolerância a risco.