25/10/2013 - 1:00
O decreto presidencial publicado na edição desta sexta-feira 25 do Diário Oficial da União, que permite o aumento de 20% para 30% da participação de estrangeiros no capital total do Banco do Brasil, foi bem vista pelo mercado. No início da tarde, os papeis do BB apresentavam valorização de 1,76%, cotados a R$ 28,83. Na avaliação do analista Flávio Conde, da Gradual Investimentos, o Brasil vai ganhar pontos por ter tomado a medida. “O investidor estrangeiro é um indutor de preço das ações num patamar mais elevado”, diz Conde. O pico do dia, até aquele momento, foi às 11h08, quando a alta era de 2,47%, a R$ 29,04.
INVESTIMENTO: estrangeiros poderão ter 30% de capital do BB
A última elevação do limite, de 12,5% para 20%, havia sido feito em setembro de 2009. O novo aumento autorizado presidenta Dilma, segundo analistas, não vai ameaçar o controle do Banco. “O BB continua sendo um banco público com capital misto”, diz Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating. A vantagem para o BB será o aumento do escopo de investidores de fora querendo
comprar ações banco, dado o grande volume de recursos disponíveis no Exterior. Além do impacto positivo no preço dos papeis, o volume negociado também tende a crescer. Para Santacreu, isso vai gerar um círculo virtuoso em âmbito internacional: a ação será mais negociada, terá maior liquidez e, portanto, terá maior cobertura por parte de analistas. “Essa movimentação vai fazer com que haja circulação positiva de informações sobre os papeis do banco”, diz o analista.
A estratégia pode será positiva também no longo prazo. Caso o BB precise, no futuro, emitir ações para impulsionar seu crescimento, terá mais uma fonte de financiamento e um escopo maior de clientes. “Ele abre espaço para acessar o mercado internacional com maior volume e não fica a mercê do mercado local”, diz Santacreu. “Países que tratam bem o investidor estrangeiro tendem a crescer mais no longo prazo”, afirma Conde, da Gradual. Ao ampliar sua atuação no mercado internacional, o BB será cobrado por mais transparência. “Isso amplia a proteção da diretoria ante pressões públicas e demanda política”, afirma Santacreu.
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