02/02/2021 - 10:36
Mais de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas no mundo, quase dois meses depois do início das primeiras campanhas de imunização – segundo um balanço da AFP.
Até esta terça-feira (2) às 5h (horário de Brasília), ao menos 101.317.005 injeções foram administradas em 77 países, ou territórios, de acordo com uma contagem da AFP com base em fontes oficiais.
– Israel na liderança –
Israel é o país mais avançado na corrida pela imunização. Em torno de 37% da população já recebeu pelo menos uma dose, e um israelense em cada cinco (21%) completou o processo com uma segunda dose.
Todas as vacinas atualmente em circulação no mundo exigem duas doses para proporcionar uma ótima imunização.
– Privilégio dos países ricos –
Nos países de renda alta, segundo a definição do Banco Mundial, vivem 16% da população mundial, com uma concentração de 65% de todas as doses aplicadas no mundo. Além de Israel, são países norte-americanos, europeus e do Golfo.
No grupo de liderança, estão o Reino Unido (9,8 milhões de doses, 13,7% da população), Estados Unidos (32,2 milhões de doses, 7,9%), Emirados Árabes Unidos (3,4 milhões de doses, sem dados sobre pessoas) e Sérvia (6,2%).
Na União Europeia (UE), 12,7 milhões de doses foram destinadas a 2,3% da população. Entre os 27, Malta está na frente, com 5,4% da população, seguida por Dinamarca (3,2%) e Polônia (3,1%).
China e Índia, dois gigantes considerados de renda média, administraram 24 milhões e 4 milhões de doses, respectivamente, mas estão atrasados em proporção à sua população.
– Países pobres “esperam” –
Pouco mais de um terço da população mundial (35%) vive em países que ainda não começaram a vacinar, em sua maioria nações desfavorecidas que “observam e esperam”, nas palavras do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Nenhum país de renda baixa começou uma campanha de vacinação em massa até o momento. Esses países aguardam as primeiras entregas de doses, previstas para este mês, graças ao sistema Covax lançado pela OMS e pela Aliança para a Vacinação (GAVI).
Nesta categoria, a Guiné, que vacinou algumas dezenas de pessoas em uma fase inicial, aparece como pioneira.
Alguns poucos países ricos, como Japão, Coreia do Sul e Austrália, também não começaram a vacinar.
– Diplomacia da vacinação –
Sete vacinas estão atualmente em circulação no mundo.
América do Norte, Europa, Israel e os países do Golfo optaram majoritariamente pelas desenvolvidas pela parceria teuto-americana Pfizer/BioNTech e pela americana Moderna, assim como a britânica AstraZeneca/Universidade de Oxford.
Esta última, que já é injetada no Reino Unido, Índia, Mianmar, Marrocos e Sri Lanka, chegará dentro de pouco tempo à União Europeia (UE), após sua recente autorização.
A Índia também usa uma vacina local, a da Bharat Biotech.
A vacina Sputnik V do centro russo Gamaleya é administrada na Rússia, mas também na Argentina, Belarus, Sérvia e Argélia.
Em relação às vacinas chinesas, além da China, a da Sinopharm é administrada nos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Seychelles, Egito, Laos e Sérvia, enquanto a da Sinovac é usada na Indonésia, Brasil e Turquia.