A onda de violência entre israelenses e palestinos fez mais de 120  mortes em dois meses e não mostra sinais de diminuir com dois novos  ataques a faca nesta terça-feira.

Dois palestinos com menos de 20 anos tentaram esfaquear israelenses  na Cisjordânia, ocupada por Israel, e foram mortos pelas forças  israelenses, segundo o Exército israelense.

Um deles, um jovem de 16 anos, tentou atacar um pedestre perto de um  posto de gasolina próximo ao bloco de assentamentos israelenses de Gush  Etzion, ao sul de Jerusalém.

Já uma palestina de 19 anos tentou atacar com uma faca um soldado  israelense perto do assentamento de Enav, entre Tulkarem e Nablus, no  norte da Cisjordânia, informou o exército. O soldado a matou a tiros.

Esta estudante de Nablus havia sido libertada da prisão há um ano e  meio depois de dois anos de detenção por uma tentativa semelhante,  segundo a polícia palestina.

Israel, Jerusalém e os territórios palestinos são palco de uma série  de ataques anti-israelenses, a maioria cometidos com facas por  palestinos, e de confrontos entre jovens palestinos e soldados  israelenses.

Desde 1º de outubro, 103 palestinos (incluindo um árabe israelense)  foram mortos, de acordo com uma contagem da AFP. Do outro lado, 17  israelenses, um americano e um eritreu morreram.

Esta onda de tensões ocorre em um contexto de estagnação do processo  político para solucionar o conflito árabe-israelense, que remonta há  décadas.

Apesar do aperto de mãos na segunda-feira na conferência do clima em  Paris, a primeira em muito tempo, entre o primeiro-ministro israelense,  Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, persistem  profundas divisões.

O primeiro-ministro israelense descreveu o cumprimento como parte do protocolo.

Abbas, por sua vez, reiterou que era inútil “perder mais tempo com  negociações com os israelenses”. “Nossa última chance de alcançar uma  solução de dois Estados e fazer a paz uma realidade está passando”,  alertou.