Levantamento feito pelo Instituto Patrícia Galvão apontou que 45% das mulheres já tiveram seu corpo tocado sem consentimento em local público. No entanto, apenas 5% dos homens admitem que já realizaram o ato. 

Feita em parceria com o Ipec e com a Uber, a pesquisa “Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas” ainda apontou que 41% das mulheres já foram xingadas ou agredidas por dizerem não a uma pessoa interessada nelas. A pesquisa na íntegra pode ser lida aqui. 

Impunidade prejudica a aplicação da Lei Maria da Penha 

Mais de 90% das pessoas entrevistadas avaliam de forma positiva a Lei Maria da Penha, que completou 16 anos de vigência em 2022. 

Apesar disso, 89% concordam que os homens que agridem as parceiras sabem que isso é crime, mas não acreditam que serão punidos. O mesmo percentual avalia que os homens que praticam essa violência não costumam receber as punições devidas. Para 76% dos entrevistados, a polícia e a justiça no Brasil tratam a violência doméstica contra mulheres como um assunto pouco importante. 

Uma parte dos homens, porém, concordam com argumentos utilizados contra a lei. 49% dos homens com 60 anos ou mais e 41% dos com ensino fundamental acreditam que a lei “interfere em uma questão particular que só diz respeito ao casal”.

Relacionamentos tóxicos prejudicam mais as mulheres 

A pesquisa também indicou que as mulheres sofrem mais com término ou com os relacionamentos considerados tóxicos. Segundo o levantamento, 34% das mulheres declaram terem sido obrigadas, após o fim do relacionamento, a bloquear contato contra 25% dos homens. Já 18% afirmaram que já precisaram mudar de telefone para evitar contatos indesejados e 15% tiveram que registrar um boletim de ocorrência.