Mais de 700 italianos sofreram um golpe após pagarem para adquirir a nacionalidade de um país que, na verdade, não existe.

Uma operação, que desmantelou a quadrilha responsável por criar o golpe, prendeu 12 pessoas nesta sexta-feira e investiga outras 30 por suspeitas de criarem o país fictício de nome “Estado Teocrático Antártico de San Giorgio” . Eles são acusados de formação de quadrilha, fraude, fabricação e posse de documentos falsos válidos, expatriação e lavagem de dinheiro.

Com promessas de uma nação com menos impostos, o grupo oferecia nacionalidade a quem pagasse uma quantia que variava entre 200 e 1 mil euros. Para convencer os interessados da existência do do país fictício, os suspeitos diziam que o Tratado da Antártida de 1959 (documento assinado naquele ano sobre a posse do continente) garantia a existência da ilha, com “soberania e privilégios autônomos”.

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Denominada “A ilha que não existe”, a operação, feita pela polícia de Catanzaro, na região da Calábria, Sul da Itália, teve início em abril de 2021, após o registro de um suposto edifício como sede diplomática do Estado fictício. Desde então, os suspeitos negociaram mais de 700 “cidadanias” do país, arrecadando mais de 400 mil euros.

Segundo o jornal La Repubblica, para dar credibilidade ao negócio perante os interessados, os membros do grupo criminoso teriam criado uma série de “provas” da existência de instituições, como chefe de Estado, governo, ministros, Tribunal de Justiça, Tribunal Supremo, Delegações Territoriais, um jornal oficial, sites e até mesmo a emissão de documentos de identidade.


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Um perfil no Facebook, com fotos de documentos e regulamentos do país, foi criado para aumentar a credibilidade do negócio.

Nele, eram compartilhados arquivos, na tentativa de convencer os interessados, oferecendo benefícios que incluíam a possibilidade de receber financiamento para projetos e de se beneficiar de uma “burocracia mais enxuta” para a abertura de novas empresas, além da chance de utilizar documentos do Estado para circular livremente na Itália e em outros países.

Outro benefício da aquisição da nacionalidade do “Estado Antártico” seria a “venda de terras” no continente, acompanhada do respectivo título de nobreza. Ainda era oferecida a obtenção de um documento de isenção para vacinas, como a de Covid-19.


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