19/12/2012 - 21:00
Papéis avulsos
A Ambev anunciou uma reorganização societária para simplificar sua estrutura e ter apenas ações ordinárias. As ações preferenciais serão convertidas em papéis com direito a voto. Segundo a fabricante de bebidas, a medida serve para aprimorar sua governança, aumentar a liquidez para todos os acionistas, eliminar custos operacionais e administrativos e aumentar a flexibilidade de gestão de sua estrutura de capital. A reestruturação não inclui a migração para o Novo Mercado da BM&FBovespa. O mercado reagiu bem ao anúncio.
Na segunda-feira 10, as ações com direito a voto dispararam e fecharam com alta de 11,29%, aos R$ 85,25, valor muito próximo das preferenciais, que terminou cotado a R$ 87,91. De acordo com Sandra Peres, analista da Coinvalores, a mudança é positiva, pois deverá melhorar a negociação dos papéis. Além disso, a empresa ainda estipulou que o dividendo mínimo obrigatório suba de 35% para 40% do lucro líquido ajustado.
Educação financeira
Em Educar para o Consumo, as autoras Cássia D’Aquino e Maria Tereza Maldonado tratam da consequência, na vida adulta, da falta de limites de crianças e adolescentes. Ed. Papirus, 112 páginas, R$ 37.
Bolsa
BM&FBovespa investe mais em 2013
A BM&FBovespa deverá investir até R$ 290 milhões em 2013, acima do máximo de R$ 260 milhões projetado para 2012. A maior parte do dinheiro será usada na integração das clearings, na construção de um novo data center e na melhoria da infraestrutura. Os gastos, porém, deverão ficar sob controle. O orçamento de despesas da bolsa, comandada por Edemir Pinto, permanecerá no mesmo intervalo de 2012, de R$ 560 milhões a R$ 580 milhões, com foco no controle de custos. Em comunicado, a BM&FBovespa afirmou que, em 2013, os efeitos da inflação serão compensados por ganhos de eficiência.
Touro x Urso
As notícias dos últimos pregões não têm sido boas, devido ao rebaixamento do rating da Inglaterra e ao embargo à carne brasileira, que interromperam a trajetória de alta do Índice Bovespa.
Quem vem lá
IPO da BB Seguridade está próximo
O Banco do Brasil deu início ao período de silêncio para a abertura de capital da BB Seguridade, holding que vai reunir os negócios de seguros, previdência e capitalização do banco. Segundo Alexandre de Abreu, vice-presidente de negócios de varejo do BB, o momento certo do lançamento das ações depende das condições do mercado.
Destaque no pregão
A incerteza de Moscou
As ações de frigoríficos operaram com forte volatilidade na semana, por conta de um possível embargo da Rússia, que compra 40% da carne brasileira exportada. Após a OMS anunciar um caso de “vaca louca” em um animal que morreu em 2010 no Paraná, o Japão foi o primeiro a anunciar o embargo, e as ações do segmento operaram em forte queda até a quarta-feira 12, com destaque para Minerva (-9,51%) e JBS (-1,41%). Na quinta-feira 13, duas notícias movimentaram o setor. Uma delas, de que o governo russo poderia não suspender a compra, animou o mercado. A outra, de que a China havia proibido a compra de carne, segurou os ganhos
Palavra de analista:
A analista Karina Freitas, da Concórdia Investimentos, considera a notícia negativa. Para ela, o melhor é se posicionar nas ações da BR Foods, menos expostas ao efeito das exportações.
Petróleo
US$ 25 bi na Petrobras
A Petrobras pretende encerrar 2012 com captação total de US$ 25 bilhões, um crescimento de 4,1% frente a 2011. Segundo a estatal, o valor acumulado até o momento é de US$ 21 bilhões, resultado equivalente ao registrado em todo o ano de 2010.
Tecnologia
Bematech sem fronteiras
Para reforçar as operações internacionais, a Bematech, empresa de tecnologia, anunciou a inauguração da nova sede nos Estados Unidos e o avanço dos negócios no México e na América Central. A atuação fora do País representa 10% do faturamento da empresa.
Mercado em números
OGX
US$ 1,2 bilhão - É quanto a petroleira de Eike Batista planeja investir em atividades de exploração, em 2013. Desse valor, 20% serão destinados para a exploração e 80% para o desenvolvimento da produção.
Tecnisa
R$ 1 bilhão – É o novo valor geral de vendas que a construtora quer alcançar no final de 2012. O valor é 28% menor que o R$ 1,4 bilhão anunciado anteriormente.
IGUATEMI
R$ 400 milhões - É quanto a administradora de shopping centers pretende captar com a emissão de 40 mil debêntures simples, cujo preço de face será de R$ 10 mil cada.
PROFARMA
335 mil - É a quantidade de ações ordinárias que a distribuidora de produtos farmacêuticos vai recomprar no mercado. Os papéis, que equivalem a 10% das ações em circulação, devem ficar na tesouraria, sem redução do capital social.
Locamérica
R$ 4,45 milhões - É o valor de juros sobre capital próprio que a locadora de automóveis vai distribuir aos seus acionistas. O montante pago por ação será de R$ 0,06.
Pelo mundo
HSBC paga US$ 1,92 bilhão para encerrar investigação
O HSBC Holdings aceitou desembolsar US$ 1,9 bilhão para encerrar uma investigação criminal nos Estados Unidos, sobre erros envolvendo lavagem de dinheiro.
Delta Air Lines compra Virgin Atlantic
A Delta Air Lines deve comprar 49% da Virgin Atlantic, por US$ 360 milhões. O controle permanece com o Virgin Group e seu fundador, Richard Branson.
Ressaca de tequila
Depois de meses de negociação e cifras que poderiam chegar a US$ 3 bilhões, a britânica Diageo, dona das marcas Johnnie Walker e Smirnoff, desistiu de comprar a fabricante de tequila Jose Cuervo.
Personagem
A nova Paranapanema
A maior fabricante de produtos de cobre do Brasil trocou diretores e inicia a reforma de seu parque fabril para aumentar a produtividade. Segundo Luiz Antônio Ferraz, CEO da empresa, até mesmo o nome da companhia deve mudar.
Luiz Antônio Ferraz, CEO da Paranapanema: queremos mostrar
aos acionistas um programa bem definido e com remuneração adequada
A Paranapanema trocou quase toda a diretoria. Por quê?
Pretendemos reformular a companhia, inclusive trocando o nome, em breve. A nova Paranapanema será uma empresa com um programa bem definido, com remuneração adequada frente ao seu capital e com a possibilidade de estabelecer uma política de dividendos atrativa.
Como realizar essas mudanças?
Hoje, nosso foco é vender produtos de cobre. Por isso, não faz sentido mantermos ativos como terrenos, imóveis ociosos e direitos minerários. Vamos utilizar o dinheiro das vendas para reduzir a necessidade de capital de giro e diminuir nosso endividamento.
A empresa deve investir quase R$ 1 bilhão até 2014. Qual o destino desse dinheiro?
O objetivo é expandir a capacidade produtiva e reduzir custos. Vamos reformar fábricas que são muito antigas. Na fábrica de tubos, por exemplo, apenas 10% do que existe permanecerá. Faremos, praticamente, uma fábrica nova, que dobrará a produção de 18 mil para 36 mil toneladas por ano. Além disso, não haverá desperdício de material.
Como o desperdício será evitado?
Parte do concentrado de cobre contém ouro e prata. Isso, atualmente, é oneroso, pois a empresa tem de contratar um terceiro para separar os metais preciosos. Até 2014, teremos capacidade de fazer o trabalho internamente. A partir daí, vamos processar por ano 2,4 toneladas de ouro e 33,5 toneladas de prata, além de outros metais, como platina e selênio. Isso deve gerar um faturamento de US$ 200 milhões por semestre.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira