14/09/2013 - 7:00
A semana que começa pode representar um novo marco para os investimentos em infraestrutura no País. Um leilão para concessão de duas rodovias federais reabrirá a temporada de privatizações no setor. Há 32 empresas inscritas, uma competição poucas vezes vista, e fala-se na possibilidade de os deságios (que definem o vencedor de cada lote) chegarem à casa dos 40%. Se confirmado, não se poderá deixar de falar em sucesso, uma demonstração de que investidores enxergam possibilidades reais de ganhos no setor.
Da mesma forma, será possível fazer previsões otimistas para os próximos eventos na área: o leilão para exploração de petróleo no campo de Libra, no pré-sal – com previsão de receita de R$ 15 bilhões –, e os de concessões dos aeroportos de Confins (MG) e do Galeão (RJ) – com outorgas mínimas somadas estabelecidas em R$ 6 bilhões –, previstos para ocorrer até o fim de outubro. E com esse vento a favor seriam dispersadas as nuvens de desconfiança que impediam que se vislumbrasse um futuro mais vigoroso para o plano de privatizações que, segundo estimativas do governo, podem movimentar até R$ 1,4 trilhão até 2020. Trata-se de um prazo relativamente curto diante dos montantes envolvidos, das necessidades do País e da natureza dos investimentos, utilizados em grandes obras que demoram para ser concluídas.
O que dá um novo impulso de ânimo ao programa de concessões é a incorporação dos principais bancos privados ao bloco de financiadores. Diferentemente dos estatais, naturalmente alinhados aos projetos de governo, eles costumam ser mais seletivos na adesão a processos comandados pelas esferas públicas. Durante quase um ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem feito um trabalho de convencimento junto à banca privada, tentando trazê-los para o jogo. Se agora ela parece pronta para entrar em campo é porque tem mais certeza de que são grandes as chances de vitória – ou, para usar o mais apreciado termo financeiro, de lucro.