10/04/2002 - 7:00
Um milhão de créditos em milhagem. Já imaginou tudo isso na sua conta de viagem? Daria para ir dez vezes por ano, em classe executiva, para a Europa ou viajar 33 vezes para qualquer país da América do Sul. Pois saiba que há pessoas contabilizando tal volume de quilometragem. São verdadeiros campeões da ponte-aérea planetária, que atuam nas mais diversas áreas e têm em comum uma agenda repleta de compromissos externos. Sérgio Amado, Cássio Dreyfuss,
Patrícia Gaya, Vânia Scalamandré e Sérgio Milred fazem
parte desse seleto grupo que viaja, no mínimo, dez vezes por ano para o exterior. São os chamados reis dos balcões de check-in. Acumulam milhares de milhas em viagens a trabalho e recebem tratamento de rei, como recepção na chegada aos aeroportos e 20 quilos a mais de bagagem. Na hora de passear, não precisam sequer colocar a mão no bolso. Simplesmente, sacam o cartão de milhagem da carteira e embarcam na primeira classe ou na executiva para todos os cantos do mundo. A pedido de DINHEIRO, esse time de globe-trotters mostrou quais são os macetes básicos para quem
tem de enfrentar muitas horas de vôo. De quebra, indicaram charmosos roteiros turísticos.
Para os mais tensos com as viagens de avião, o presidente da agência de publicidade Ogilvy & Mather, Sérgio Amado, dá a receita: ?Sempre bebo duas taças de vinho para relaxar, assisto um filme e depois durmo?. Amado, que já acumulou mais de um milhão de milhas, viaja duas vezes por mês para Miami ou Nova York e Buenos Aires. Além dos vôos internacionais, o publicitário vai duas vezes por semana para o Rio de Janeiro, Brasília ou Bahia. Mas o principal macete nas viagens, segundo ele, é saber escolher o avião e o hotel certo. ?O avião deve ser moderno e confortável e se você vai sempre a uma determinada cidade, é bom se hospedar onde já é conhecido?, conta ele.
A fidelidade também é o lema de Patrícia Gaya, diretora da grife Giorgio Armani, que contabiliza mais de 500 mil milhas. ?Sempre fico no mesmo hotel quando vou a Milão?, diz ela. Com isso, recebe tratamento vip. Ou seja, quando chega no quarto já tem o chocolate preferido, eles sabem quando acordá-la e todos os seus costumes. Nas viagens de avião ela também tem uma mania: ?Só vou na poltrona 9C.? O motivo? Superstição.
Longe da cozinha. Nem sempre esta é a razão. A decoradora Vânia Scalamandré busca a praticidade na hora de escolher um lugar no avião. ?Gosto de poltronas perto dos lavatórios, longe da cozinha e sempre no corredor?, diz ela, que freqüentemente vai para a França e Inglaterra conferir as tendências do mercado. Ela é do tipo que não deixa uma milha acumulada. ?Agora estou com 120 mil, mas sempre troco por passagens ou faço upgrade da classe econômica para a executiva?, explica Vânia. Aliás, há 10 anos ela não sabe o que é viajar de econômica quando sai do País. ?E ainda sobra passagens para os meus filhos?, conta a decoradora.
O vice-presidente do Gartner Group, empresa da área de tecnologia, Cássio Dreyfuss, também distribui suas milhagens para a família. Seus dois filhos vão para Nova York com as suas milhas extras. O executivo conta com mais de 300 mil milhas acumuladas em suas viagens mensais para os EUA e outros países da América Latina. A dica de Dreyfuss para quem pretende viajar é visitar somente um lugar. Isso porque dá para conhecer a cidade melhor. ?As minhas cidades preferidas são Florença, Barcelona e Paris?, diz ele. A indicação de Sérgio Victor Milred, presidente da Food Broker, Inc, também é sedutora. O executivo da área de alimentos não troca a Borgonha, na França, por nada. Trata-se de um requintado roteiro no qual percorre-se as principais vinícolas francesas. E Milred garante: ?Vou torrar com a minha mulher as minhas 100 mil milhas em uma viagem para lá, em setembro?.