Destaque no pregão

 

As expectativas da Hering para o ano, divulgadas pelo presidente Fábio Hering na segunda-feira 9, afetaram a imagem da companhia e fizeram as ações cair 6,9% durante aquele pregão. O banco Fator recomendou a venda das ações da empresa, uma das maiores fabricantes de roupas do País. O presidente afirmou que, no curto prazo, o ambiente é desafiador e os resultados de março não foram bons pelas altas temperaturas, que dificultaram a venda da coleção de outono, e pela política de descontos nas lojas. A desvalorização cambial também deve afetar negativamente a margem bruta da companhia no primeiro trimestre porque, segundo Hering, 25% das matérias-primas são importadas. Como notícia positiva, a empresa pretende abrir 20 lojas Hering Kids ao longo de 2012. 

 

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Palavra de analista: “As ações estão caras porque o mercado está superestimando o crescimento da companhia em 2012”,  diz o relatório do Fator assinado pelos analistas Renato Prado e Ronaldo Kasinsky. Eles recomendam a venda do papel, cujo preço-alvo é de R$ 37,65. Na quarta-feira 11, eles valiam R$ 44,80.

 

 

 

 

 

Sistema financeiro


Temor de redução do spread derruba os bancos 

 

O temor do mercado de que a redução do spread bancário forçada pelo governo possa atrapalhar o desempenho do setor derrubou as ações dos quatro principais bancos listados em bolsa. A maior queda foi do Itaú Unibanco, cujas cotações recuaram 10,1% entre 2 e 11 de abril (veja o quadro). Para César Caselani, professor de finanças, da FGV, as ações devem se manter em queda até o mercado calcular quanto o setor será afetado. “Ainda não sabemos se os bancos vão aumentar tarifas para compensar a queda dos juros”, diz ele. “O positivo da história é que pequenos empresários terão acesso mais fácil ao crédito.”

 

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Educação financeira

 

Em O valor do imobiliário – princípios, fatores e técnicas de avaliação imobiliária, o autor Miguel Dias Costa realça as diferenças entre os setores imobiliário e de construção civil e desmistifica o fato de a localização ser o principal atributo do setor. Editora Almedina, R$ 48, 198 págs.

 

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Touro x Urso

 

Um movimento de compras de investidores em busca de ações baratas fez o Índice Bovespa subir 2,9% na quinta-feira 12. Esse movimento reduziu a queda acumulada no mês de cerca de 5% para 2,25%. No entanto, o movimento de recuperação pode ser de curta duração. Dados preocupantes com relação ao mercado de trabalho americano podem voltar a pressionar as cotações para baixo.

 

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Papéis avulsos


Ometto quer dar um gás na Cosan

 

A Cosan, de Rubens Ometto, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil,  anunciou na quinta-feira 12 que está negociando a compra da participação de 71,9% do grupo inglês British Gas na Comgás. Cerca de 6,3% das ações da Comgás pertencem à Shell, que já é sócia de Ometto na distribuidora de combustíveis Raizen. Com a notícia, as ações da Cosan caíram 5% e as da Comgás subiram 6%. 

 

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Governança


CSN está proibida de indicar seu conselheiro na Usiminas

 

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibiu a CSN, controlada pelo empresário Benjamin Steinbruch, de adquirir novas participações na Usiminas. Também foi suspenso o direito da CSN de eleger um integrante para o conselho de administração da Usiminas na assembleia agendada para o dia 25 de abril. Na prática, a CSN – que possui 15,91% do capital da Usiminas – terá apenas direito de receber dividendos. Caso desrespeite as decisões, a CSN está sujeita a pagar uma multa de R$ 10 milhões para cada evento e de R$ 100 mil por dia, até o cumprimento das determinações. As companhias são concorrentes no setor de aço plano, produto utilizado na fabricação de automóveis e eletrodomésticos. 

 

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 Benjamin Steinbruch, controlador da CSN

 

 

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Mercado em números


Pão de Açúcar

R$ 1,2 bilhão - É quanto a rede varejista deve captar com sua emissão de debêntures simples. Ao todo, serão emitidas 120 mil debêntures com valor de R$ 10 mil cada. Com vencimento em 2015, a remuneração será de 100% do CDI, acrescida de um prêmio de 1% ao ano.

 

Qualicorp 

R$ 180 milhões - Foi o preço pago pela empresa para aquisição do Grupo Padrão, que administra contratos de planos de saúde coletivos e emitiu R$ 140 milhões em prêmios nos últimos 12 meses.

 

Redecard 

R$ 37,59 - É o valor máximo que o laudo elaborado pela N. M. Rothschild & Sons fixou por ação da Redecard para a oferta pública de aquisição realizada pelo Itaú Unibanco. 

 

Ecorodovias 

52,3 milhões - De veículos pagaram pedágio nas estradas da EcoRodovias. O volume  é 5,9% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2011.

 

Gol

180 - É o número de voos da empresa que terão o serviço de bordo gratuito suspenso. A Gol quer implantar um sistema em que o passageiro pague pelo serviço nas rotas cujos voos duram mais do que 1h15. 

 

 

 

 

 

Pelo mundo


Argentina quer estatizar YPF

 

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou ao Congresso na quinta-feira 12 um projeto de lei que permitirá ao governo reestatizar a petrolífera YPF. A proposta vai declarar 50,01% das ações da YPF de “interesse público”. As ações, negociadas na Bolsa de Buenos Aires, subiram 10% com a notícia.

 

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Bayer compra fábrica nos EUA

 

A Bayer vai comprar o negócio de chapas de policarbonatos da francesa Arkema nos Estados Unidos. O acordo foi finalizado na quinta-feira 12, mas os detalhes financeiros não foram divulgados. Fábricas semelhantes já fazem parte do portfólio da Bayer no México e na Itália. No dia do anúncio, suas ações subiram 2,21%.

 

  

 

 

L’Oréal vende €5,6 bi em 2012

 

A fabricante de cosméticos L’Oréal registrou vendas de € 5,6 bilhões no primeiro trimestre de 2012, um aumento de 9,4% em relação a 2011. Na América Latina, a L’Oréal vendeu 7,4% mais que em 2011. Na quinta-feira 12, dia da divulgação desses resultados, as ações da empresa subiram 0,74%. 

 

 

 

 


Personagem


Tegma mira o comércio eletrônico

 

Transportar mais e diversificar os serviços é a nova estratégia da Tegma Gestão Logística. Alexandre Brandão, diretor de RI, disse à DINHEIRO que a empresa aposta na tecnologia para aumentar sua participação no comércio eletrônico. O setor é visto como estratégico para a empresa, que investiu R$ 64 milhões em 2011. Para manter o ritmo, a companhia deve retornar ao mercado de capitais em dois anos.

 

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Alexandre Brandão, diretor de RI: boas notícias.

 

Qual o objetivo da Tegma ao concluir a compra da LTD Transportes, especialista em linha branca, e da Direct Express, com foco em produtos leves?

O objetivo é ampliar o volume de cargas transportadas. Nossa história sempre foi ligada ao transporte de veículos, das fábricas às concessionárias. Contudo, em 2003, ampliamos nosso campo de autuação ao transportar as peças das fábricas até as montadoras. Em 2007, quando compramos duas empresas, ampliamos nossos serviços para o transporte de químicos, eletrônicos e telecomunicações. Em 2011, adquirimos a Direct e, neste ano, a LTD, o que nos posiciona no mercado de comércio eletrônico.

 

As empresas de comércio eletrônico têm liderado as reclamações dos consumidores por causa dos atrasos. Qual a  solução? 

Investimos R$ 6 milhões em 115 equipamentos novos e mais R$ 9 milhões em linhas de automação. Com isso, podemos classificar o tipo de mercadoria e dar mais velocidade às entregas. Além disso, compramos 20 terrenos para garantir espaço para operar em cidades menores. Os investimentos deram resultados, pois tivemos um excelente Natal.

 

Como a empresa trabalha para renovar a frota? Abrir um concessionário é uma saída?

Temos um modelo de frota própria reduzida. Preferimos a terceirização do transporte. Hoje não temos um fluxo que justifique a abertura de um concessionário de veículos. O que queremos é oferecer ao cliente uma solução logística, que muitas vezes inclui combinar vários modais, como o aéreo e o rodoviário. Temos até um porto fluvial em Manaus por conta do transporte de veículos pesados. 

 

A empresa pretende voltar ao mercado?

Sim, mas ainda não é o momento, pois temos um caixa equilibrado. Devemos  voltar daqui a dois anos para o mercado de ações. Com o dinheiro daremos prosseguimento à nossa expansão. 

 

 

Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira