Quem trabalha sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) recebe, a partir de hoje, 30 de novembro, o décimo terceiro salário. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o dinheiro extra tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões neste ano. Mas, a pergunta é: qual a melhor estratégia financeira para usá-lo?

+Pagamento do 13º salário injetará R$ 291 bilhões na economia

O valor total da injeção com o décimo terceiro salário representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) e será pago a cerca de 87,7 milhões de pessoas: trabalhadores do mercado formal, beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Em média, cada trabalhador deverá receber R$ 3.057.

A primeira parcela do décimo terceiro precisa ser paga pelas empresas até o dia 30 de novembro. Nesta parcela, é pago 50% do salário bruto, sem os descontos. Entram na conta ainda outras verbas de natureza salarial, como horas extras, comissões e adicionais noturno, de periculosidade e de insalubridade. A segunda parcela pode ser quitada até o dia 20 de dezembro. Nela, os depósitos incluem descontos, como o de contribuição ao INSS e do Imposto de Renda. Ou seja, a segunda parcela é menor que a primeira.

Comprar presentes de Natal, investir em renda fixa, franquias ou produtos financeiros, guardar o dinheiro em uma caderneta de poupança? De acordo com o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, Prof. Jair Rottini, é importante que todos tenham cautela com o valor extra, analisando com calma o que fazer, já prevendo 2024.

“Para garantir tranquilidade após as festas, é interessante se planejar com o dinheiro do décimo terceiro, gastar com cautela e não usar a verba para comprar itens que não sejam necessários. Tente quitar dívidas, caso as tenha, assim será possível passar as próximas festividades sem apuros financeiros.  O mais importante é não adquirir novos boletos. Pense em ter a vida financeira equilibrada”, pontua.

Entre as maneiras indicadas de se utilizar bem o valor extra estão: pagar as contas do início do ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), fazer investimentos ou poupar parte do dinheiro.

“Se não tiver dívidas para quitar, reserve o valor para imprevistos ou mesmo para adquirir algum objeto com desconto, pois com dinheiro em mãos é mais fácil negociar e reduzir o preço”, aconselha.

Abaixo, coordenador do curso de Ciências Contábeis elencou cinco dicas cruciais para usar o décimo terceiro salário de forma inteligente.

  1. Dívidas

Quem está no cheque especial ou parcelas de financiamento no cartão de crédito, deve usar o décimo terceiro salário para quitar essas dívidas. Se não der para “zerar” tudo, comece pelas contas que cobram os juros mais altos. Use a quantia recebida para ganhar abatimento das dívidas na hora da negociação.

  1. Contas do começo do ano

O planejamento é fundamental para tudo na vida. Já pensou começar o ano com o IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares pagos? Pois é, utilize o recebimento de novembro e dezembro para começar 2023 com folga no orçamento.

  1. Reserva de emergência

Ter um fundo para imprevistos é fundamental para deixar a cabeça tranquila. Nunca se sabe quando vai ocorrer uma doença na família ou a perda do emprego. Por isso, aproveite o salário extra para iniciar um “fundão”. O ideal é que se tenha um valor equivalente a, pelo menos, seis meses de despesas mensais.

  1. Investimentos

Se você já tem um fundo para emergências e não tem dívidas, vale investir o dinheiro do décimo terceiro. Escolha investimentos adequados às suas necessidades. O salário também pode se transformar no primeiro passo para contratar produtos financeiros ou até mesmo empreender em franquias que garantam a segurança financeira de todos da sua casa. O dinheiro deve ser aplicado de forma estratégica, planejando o futuro.

Abaixo, confira 5 opções de franquias com investimento inicial de até R$ 4,5 mil.

Mr. Fit

  • Segmento de atuação: alimentação saudável;
  • Investimento inicial: R$ 4.520, no modelo home base;
  • Faturamento médio mensal: entre R$ 4 mil e R$ 20 mil;
  • Prazo de retorno do investimento: de 4 a 8 meses;
  • Mais informações.

Dot Bank

  • Segmento de atuação: Comunicação, Informática e Eletrônicos;
  • Investimento inicial: 2.320,00 (taxa de franquia + taxa instalação + capital de giro);
  • Lucro médio (líquido) mensal: R$ 2 mil;
  • Faturamento bruto mensal: R$ 8 mil;
  • Prazo de retorno: 03 a 12 meses;
  • Mais informações.

Me Protege

  • Segmento de atuação: planos de saúde e seguros;
  • Investimento inicial: R$ 997 reais ou 12x de 99, incluindo taxa de franquia (Smart);
  • Faturamento médio mensal: R$ 4 mil (Smart);
  • Previsão média de retorno: 6 meses;
  • Mais informações.

Gigatron

  • Segmento de atuação: Comunicação, Informática e Eletrônicos;
  • Investimento inicial (incluso taxa de franquia e capital de giro): R$ 2.500 (Plano habitacional);
  • Lucro médio (líquido) mensal: R$ 3.500 (Plano habitacional e Cloud);
  • Faturamento bruto mensal: R$ 5 mil (Plano habitacional e Cloud);
  • Prazo de retorno: 1 a 12 meses;
  • Mais informações.

DryWash

  • Segmento de atuação: limpeza e conservação automotiva;
  • Investimento inicial: a partir de R$ 4.250,00;
  • Faturamento mensal entre R$ 5 mil e R$ 30 mil/mês;
  • Retorno do investimento: entre 3 e 6 meses;
  • Mais informações.

Cuidados ao investir em franquias

Investir em franquias não trata-se apenas de aportar o investimento e deixar a coisa acontecer. Por isso, IstoÉ Dinheiro falou com um especialista em franchising para orientar os interessados em investir em um negócio franqueado de baixo custo. Apesar do setor concentrar certa estabilidade na questão de crescimento, o empreendedor não deve se atentar apenas ao valor da franquia desejada, mas sim em todo o seu histórico de operação, relação com franqueados, aptidão ao segmento, entre outros fatores.

“Você deve adquirir uma franquia levando em consideração seus princípios, resultados, reconhecimento de mercado, idoneidade, além de analisar cautelosamente como funcionam seus processos e operações. Dessa forma, evitará problemas no futuro”, avalia o sócio-diretor da Cherto, consultoria especializada em formatação de negócios, Américo José.

O especialista orienta, ainda, que o investidor deve investir em uma franquia, independente do investimento, na qual ele já estava analisando, a fim de aproveitar a oportunidade em um momento certo.

José indica também que o empreendedor nunca deixe de solicitar a Circular de Oferta de Franquia (COF), um documento que traz todas as informações pertinentes sobre a franqueadora, além de conversar com franqueados em operação na rede e possíveis ex-franqueados.