Alimentos e energia elétrica tiveram grande peso para a deflação registrada em agosto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país. Divulgado na manhã desta terça-feira, o índice computou baixa de 0,14% em agosto, após alta de 0,33% em julho. Foi a primeira variação negativa desde julho de 2023 (-0,07%).

+IPCA-15 cai 0,14% em agosto e registra a primeira deflação em 2 anos

O grupo Alimentação e bebidas apresentou o terceiro recuo consecutivo. “Vale destacar que a queda foi mais forte do que o antecipado, em especial devido à deflação em carnes vermelhas, em arroz, feijão, ovos, aves, pescados e itens in natura, como batata-inglesa, frutas e hortaliças”, afirma relatório do Banco Daycoval.

Já a energia elétrica residencial recuou 4,93% com a distribuição do “bônus de Itaipu”, valor formado pelo saldo positivo na comercialização de energia elétrica da Usina. O montante distribuído neste ano, referente ao balanço de 2024, alcança R$ 936,8 milhões, o que representa um desconto médio de R$ 11,59 na fatura.

Veja os itens com maior deflação no IPCA-15 de agosto

#ITEMVARIAÇÃO (%)
1MANGA-20,99
2BATATA-INGLESA-18,77
3CEBOLA-13,83
4MARACUJÁ-11,68
5LARANJA-BAÍA-8,31
6TOMATE-7,71
7UVA-6,61
8COUVE-FLOR-6,41
9AÇAÍ (EMULSÃO)-6,25
10COUVE-6,07
11ALHO-5,10
12ABACAXI-5,07
13ENERGIA ELÉTRICA RESIDENCIAL-4,93
14BANANA-MAÇÃ-4,04
15PEIXE-FILHOTE-3,46
16LARANJA-LIMA-3,38
17OVO DE GALINHA-3,25
18ARROZ-3,12
19VENTILADOR-3,08
20BRÓCOLIS-3,03

Dos nove grupos monitorados, quatro tiveram variação negativa: habitação (-1,13%), alimentação e bebidas (-0,53%), transportes (-0,47%) e comunicação (-0,17%). Os cinco restantes exerceram impacto positivo ou nulo sobre o índice geral: despesas pessoais (1,09%), educação (0,78%), saúde e cuidados pessoais (0,64%), vestuário (0,17%) e artigos de residência (0,03%).

Manga é uma das frutas incluídas na lista de compras do governo após tarifaço Crédito: Marcello Casal Jr.

Quais itens ficaram mais caros?

Apesar da baixa geral nos preços, alguns produtos e serviços encareceram no período. Alimentos que encareceram no período incluem a abobrinha (20,39%), que teve a maior alta, e o morango (11,18%), impulsionado pelo aumento da demanda com a criação da sobremesa “morango do amor“.

Morango do amor
Morango do amor (Crédito:Ismael Soares/Agência Sebrae)

Outro destaque foram os jogos de azar, que tiveram alta de 11,45% puxada pelo aumento de preços nos bilhetes da Loterias Caixa. Veja os 20 itens com maiores altas de preços no mês na tabela:

#ITEMVARIAÇÃO (%)
1ABOBRINHA20,39
2PEPINO20,03
3JOGOS DE AZAR11,45
4MORANGO11,18
5BANANA-DA-TERRA10,33
6PIMENTÃO8,86
7BANANA-D’ÁGUA7,68
8MELÃO7,35
9PEIXE-DOURADA5,46
10MELANCIA5,03
11PEIXE-CASTANHA3,79
12LEITE DE COCO3,70
13CLUBE3,04
14PEITO2,66
15CHOCOLATE E ACHOCOLATADO EM PÓ2,63
16CHOCOLATE EM BARRA E BOMBOM2,57
17FEIJÃO-MULATINHO2,40
18CARNE DE CARNEIRO2,26
19SOPA DESIDRATADA2,25
20CONSERTO DE TELEVISOR2,05