Um manifestante morreu neste domingo durante uma nova jornada de protestos no Sudão contra o golpe de Estado do general Abdel Fattah al Burhan e para exigir justiça democrática.

Apesar da presença de soldados nas estradas e pontes de Cartum, além dos bloqueios diante dos edifícios do exército e do palácio presidencial, a mobilização não diminui, mas de três meses após o golpe militar de 25 de outubro.

Desde o golpe de Estado, 79 manifestantes morreram, segundo um sindicato de médicos pró-democracia. Um homem de 27 anos faleceu neste domingo em Cartum, de acordo com o sindicato.

“Olho por olho”, gritava neste domingo a multidão na capital sudanesa. “Os militares de volta para a caserna”, afirmaram os manifestantes em cidades como Gedaref, Kessala e Wad Madani (leste), Darfur (oeste), Kosti (sul) ou Dongola e Atbara (norte).

Como na véspera de cada mobilização contra o governo militar, as autoridades prenderam 45 militantes nos últimos três dias, segundo os comitês de resistência locais.

O governo dos Estados Unidos advertiu que prosseguir com a repressão pode “ter consequências”. A ONU insistiu mais uma vez que “limitar a liberdade de expressão e de manifestação provocará mais tensões”.

“Pedimos às autoridades que permitam as manifestações sem violência”, afirmou a missão das Nações Unidas em Cartum.