Sabe tudo aquilo que você leu sobre ser um bom chefe, criar um ambiente seguro, delegar poder e explorar os pontos fortes de quem está trabalhando ao seu lado? Esqueça. Pelo menos, para Robert Greene, autor do livro As 48 leis do Poder, nada disso funciona para quem quer alcançar e se manter no poder. É disso que fala sua obra recém-lançada no Brasil pela editora Rocco. Sarcástico, politicamente incorreto, às vezes sórdido, Greene defende a dissimulação e o jogo de aparências para quem almeja o topo. E isso não se refere apenas ao inimigo, como era de se esperar, mas aos subordinados e pares. ?Se o mundo é como uma gigantesca corte fraudulenta e estamos presos nela, não adianta optar por ficar fora do jogo. Isso só vai deixar você impotente, e a impotência vai deixá-lo infeliz. Em vez de lutar contra o inevitável, (…) é muito melhor sobressair no poder?, diz ele. Para mostrar que a teoria é verdadeira na prática, o autor usa e abusa de exemplos de estrategistas históricos como Clausewitz e Sun-Tsu, estadistas como Bismarck, sedutores como Casanova e, como não poderia deixar de ser, diplomatas como Maquiavel. Todos aqueles que têm lições quando se trata de poder, sedução e dissimulação. Numa primeira passada de olhos, sua reação pode ser de irritação ou até de constrangimento. Como é que um livro pode sugerir que você siga os passos de Napoleão: ?Calce a sua mão de ferro com uma luva de veludo?? A melhor opção: leia com bom humor.