12/11/2003 - 8:00
Nova York acordou em festa. Italianos cruzam as espaçosas avenidas ladeadas por edifícios colossais. Japoneses seguem a mesma trilha. Assim como brasileiros, mexicanos, escoceses e estrangeiros de 94 países. Eles mudam a paisagem de Manhattan e trazem US$ 140 milhões para os cofres da cidade. Nos lugares onde, diariamente, passam os engravatados e financistas que ditam os rumos da economia mundial, surgem milhares de pessoas trajadas de uma forma mais descontraída. ?De shorts, tênis e camiseta todos são iguais?, define o empresário Rodolfo Paku, antes de ir para uma das corridas mais festejadas do planeta: a 34ª Maratona de Nova York. No domingo, 2 de novembro, ele se juntou a mais 34.702 pessoas na Verrazano Bridge, a ponte que liga Staten Island ao Brooklyn. É de lá que os corredores partem para percorrer os 42.195 metros que terminam no Central Park.
Nações Unidas. A linha de chegada é o ápice de uma festa que começa dias antes da prova e contagia até mesmo aqueles que nunca colocaram um par de tênis nos pés. ?Vim com o meu marido para aproveitar a cidade enquanto ele corre?, diz Janet Carlson, que mora no estado da Carolina do Norte. Os bares e restaurantes da Big Apple pulsam. Não há quase espaço nas largas calçadas da Time Square. Peças na Broadway? Ingressos esgotados. No sábado anterior à corrida, a sede das Nações Unidas é tomada de assalto. Há um café da manhã de confraternização entre os corredores estrangeiros. À noite, o ponto de encontro é no restaurante Tavern on the Green, dentro do Central Park. É o palco da Ronzoni Pasta Party, um jantar para os corredores com direito a menu rico em carbohidrato. São detalhes que transformam a maratona em uma das mais charmosas do mundo.
Pessoas comuns, acostumadas a correr por hobby, transformam-se em celebridades. Enquanto isso, os profissionais disputam o maior prêmio já oferecido: US$ 500 mil para os primeiros colocados. Os 2 milhões de espectadores gritam, torcem e aplaudem. Os quenianos Martin Lel e Margaret Okayo vencem em pouco mais de duas horas. Mas o público não deixa o Central Park. São mais de quatro horas de corrida e as pessoas empunham cartazes incentivando os atletas anônimos. Eles, sim, as verdadeiras estrelas de uma festa que começou em 1970 com pouco mais de 120 corredores.