21/10/2022 - 8:28
Quando decidiu usar a receita da avó para vender balinhas de mel e se sustentar em São Paulo, em meados da década de 1980, Maria Marta de Freitas conheceu Laerte Casoni. Foi amor à primeira vista e, menos de um ano depois, nasciam o primeiro filho do casal e uma empresa de doces sem açúcar, a Flormel, que está perto hoje de alcançar a marca de R$ 100 milhões em faturamento.
A marca, que começou com uma paçoquinha sem açúcar e já é conhecida por quem busca um docinho saudável nas prateleiras próximas aos caixas de farmácias, está presente em todo o País, incluindo grandes redes como o Pão de Açúcar. Quem está por trás da empresa, que hoje oferece também chocolates e “snacks” saudáveis, é Alexandra Casoni, de 33 anos, filha dos fundadores e presidente da companhia.
Nutricionista de formação, Alexandra trabalha na Flormel desde os 18 anos. Ela, que começou atuando perto dos clientes, foi responsável pela reformulação dos produtos e por uma nova rota de crescimento que tem gerado um salto anual de 35%, em média. A exceção foi 2020, quando os negócios foram afetados pela pandemia.
A executiva conta que a companhia passou por um dilema em 2018. Para continuar crescendo em ritmo acelerado, seriam necessários novos investimentos – e a empresa não poderia fazer isso sozinha. “Tivemos de decidir se iríamos crescer com uma dívida ou com um parceiro estratégico”, diz.
A executiva colocou os planos de expansão da empresa embaixo do braço e saiu em busca de fundos interessados – acabou fechando negócio com o Unbox Capital, da família Trajano, dona do Magazine Luiza.
O valor do investimento não foi divulgado, mas o fundo tem hoje 15% da empresa. E o fundo da família Trajano já sinalizou que, se necessário, poderá fazer uma nova injeção de capital. Além de estar presente na Flormel, o Unbox Capital já investiu em outras cinco empresas, como a Rock Content, de marketing de conteúdo, e a Alloha, do mercado de fibra óptica.
Parceria com a gol
Para este ano, com o lançamento do “snack” saudável, a projeção é de que o faturamento atinja de R$ 82 milhões a R$ 90 milhões, diz a executiva. “Até dezembro, isso vai puxar bastante nossa receita e nosso crescimento.” É a primeira vez que a empresa sai do segmento de doces.
A produção da Flormel é própria, em Franca (SP), mesma cidade onde a mãe de Alexandra começou a fazer em casa os docinhos ensinados pela avó. Por coincidência, o Magalu, da família Trajano, nasceu no mesmo município.
Além de estar presente em canais de venda físicos e online, a companhia fechou uma parceria com a companhia aérea Gol. Cada docinho entregue aos passageiros pode representar uma nova clientela, segundo a executiva. “Ainda não sabemos o impacto, mas o que posso falar sobre o projeto Gol é que ele é muito bem-visto na companhia”, diz Alexandra.
Segundo dados da Euromonitor, o mercado de alimentação saudável ganhou impulso na pandemia, depois de chegar a R$ 100 bilhões em 2020. Até 2025, a projeção da consultoria é de que esse mercado cresça mais 30%. Já o estudo da Kantar apontou que a busca de alimentos saudáveis pelos brasileiros cresceu no ano passado, mas o preço ainda era uma barreira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.