Por que lançar produtos de previdência?
A Neo é uma gestora de fundos com uma abordagem multiestratégia. Acreditamos na diversificação das estratégias de investimento. E isso desde nossa fundação, em 2003. Começamos com um fundo multimercado. Posteriormente, lançamos outros produtos, um private equity e fundos de ações. Agora, estamos ingressando no setor de previdência privada porque avaliamos que isso se alinha com nossa estratégia global.

Em que sentido?
Sempre baseamos nossas decisões em relacionamentos de longo prazo. Por exemplo, no início deste ano incluímos a agenda ESG em nossas relações. Isso ocorre porque visamos a perenidade da empresa, que não pode estar ligada ao ciclo profissional dos sócios. Quando analisamos o momento da previdência privada, vimos que isso tem tudo a ver com nossa filosofia, a forma como acreditamos que um investidor deve ganhar dinheiro.

O fundo será 100% focado em ações?
Sim, e será um fundo concentrado. A carteira terá no mínimo dez e no máximo 14 ações. Nossa maneira de investir é mergulhar profundamente em cada uma das companhias. Preferimos nomes com dinâmica própria, que independam dos ciclos de mercado, pois sabemos que os ciclos no Brasil tendem a ser intensos. São companhias que apresentaram um desempenho acima da média nos últimos anos e possuem governança excelente.

Por quê?
Desde o início da década passada, quando eu e outros sócios éramos gestores no JP Morgan no Brasil, aprendemos que a governança é uma das bases de qualquer bom negócio. Em setores com boas perspectivas, uma empresa de governança ruim representa um risco enorme. Em setores complicados, uma boa governança faz toda a diferença.

Em ações de quais empresas o fundo está investindo?
Alguns dos nomes são Totvs, Natura e BTG Pactual. O caso do BTG é emblemático. O banco está focado em duas coisas, uma é crescer no varejo, e outra é melhorar sua governança depois dos problemas que eles tiveram há alguns anos.

Essa estratégia não é conflitante com um produto de previdência?
Não. O fundo vai reproduzir a estratégia de alguns fundos de pensão. Com vantagens fiscais da previdência, será um produto bom para jovens que estão começando a ganhar dinheiro e formar poupança.

SEMESTRE DAS AÇÕES

A alta do mercado acionário no primeiro semestre de 2021 provocou movimentos importantes na indústria de fundos, que só foram captados em meados de agosto, quando foi possível consolidar todas as carteiras. Um relatório da empresa de informações financeiras Economatica mostra que tanto o total de recursos da indústria de fundos quanto o valor de mercado das companhias abertas brasileiras bateram recordes, e que nunca os gestores de fundos brasileiros tiveram uma alocação tão baixa na renda fixa.

EM ALTA
1,14% 

Foi a alta do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em junho na comparação com maio. Considerado uma prévia da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), o dado ficou acima da expectativa do mercado, que previa uma alta de 0,4% a 0,5% na comparação mensal. Ante a junho de 2020, o avanço verificado foi de 9,07%, de acordo com informação do BC. O IBC-Br utiliza dados desassonalizados (ajustados para o período), comparando períodos anteriores para mostrar o momento econômico.

EM BAIXA
4% 

Foi a queda registrada nas cotações do petróleo somente na manhã da segunda-feira (16), enquanto o mercado digeria a situação política no Afeganistão, após a retirada de tropas dos Estados Unidos. Por volta das 12h, os preços dos contratos para outubro do Brent, referência mundial, chegavam a US$ 69,10 o barril na Bolsa de Londres. No final da segunda, as bolsas acusavam queda de 1% após a intensa oscilação. Na quarta-feira (18), caiu um pouco mais e estava cotado a US$ 68,23.