Papéis avulsos

A Brasil Foods, empresa resultante da fusão entre a Sadia e a Perdigão, vai entregar à Marfrig 12 marcas e ativos dos quais terá de se desfazer por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em troca, a empresa presidida por José Antonio Fay vai receber negócios da Marfrig na Argentina e mais R$ 200 milhões. A transação envolve nomes tão familiares quanto o da margarina Doriana e dos frios Rezende. Já a Marfrig, de Marcos Molina, vai ceder a marca Paty, líder no mercado de hambúrgueres na Argentina, além de granjas e unidades produtivas  – anunciaram as empresas na quinta-feira 8 (leia quadro). Os detalhes do acordo ainda serão submetidos ao Cade. 

 

88.jpg

 

 

Na visão de Gustavo Hon, analista-chefe da UM Investimentos, a negociação entre as duas empresas foi boa para ambas, mas, no curto prazo, a Marfrig se saiu melhor. “Ela ganha com as novas marcas, estoques e recebe uma operação pronta e em funcionamento.” Já Renato Prado, da Fator corretora, diz que o fato de a Brasil Foods trocar de ativos já eliminou grandes dores de cabeça para a empresa. “Ela não precisará perder tempo vendendo os ativos dos quais tinha de se desfazer nem de procurar outros para substituí-los”, diz ele. Para Prado, ficou claro que a Brasil Foods vai atacar o mercado argentino e terá novas fontes de receita. 

 

89.jpg

 

93.jpg

 94.jpg

 

90.jpg 

91.jpg

 

 

 

 

Educação financeira

 

Quem Matar na Hora da Crise?, do advogado Arthur Lopes, chama a atenção para o fato de que toda empresa vai enfrentar uma crise e indica o que fazer para amenizar seu impacto. Editora Évora, R$ 49,90

 

92.jpg

 

 

 

Destaque no pregão


Santander sua a camisa por capital

 

O banco espanhol Santander anunciou, na quarta-feira 7, que vendeu 95% de suas operações na Colômbia e 8% de suas operações no Chile por US$ 2,1 bilhões. A meta da corporação presidida por Emílio Botin é levantar US$ 7,1 bilhões para fazer frente às novas exigências europeias com relação à capitalização das instituições financeiras. Não foi a primeira venda de ativos do banco, que recentemente cedeu 5% das ações de sua unidade brasileira para o fundo soberano do Catar. Na data do anúncio, as units do Santader Brasil – que representam 55 ações ordinárias e 50 preferenciais – subiram 0,81%. No ano, porém, a queda é de 32%.

 

95.jpg

 

Palavra de analista: segundo Aloísio Lemos, da Ágora, as units do Santander vêm sendo prejudicadas além do que seria justo pelos problemas na Espanha. “O banco brasileiro está capitalizado e tem boas perspectivas de lucro”, diz ele.

 

 

 

Quem vem lá


Brasil Travel compra passagem para a bolsa

 

A Brasil Travel, holding que reúne empresas de turismo como agências de viagens, sites e casas de câmbio, entrou com pedido na Comissão de Valores Mobiliários, na terça-feira 6, para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO), ainda sem data. No prospecto preliminar, a empresa declara que o objetivo é aproveitar o crescimento do turismo no País com a Copa do Mundo e com a Olimpíada. Os recursos serão usados principalmente para aquisição de empresas no setor de turismo e abertura de novas lojas.

 

97.jpg

 

 

 

Touro x Urso

 

O temor dos investidores de que a União Europeia não seja capaz de encontrar uma saída politicamente consistente para a crise do euro fez com que a bolsa devolvesse, na quinta-feira 8, os ganhos do início da semana. Para os próximos dias, o cenário permanece indefinido. O PIB brasileiro apresentou estagnação no terceiro trimestre e os investidores internacionais continuam drenando recursos do mercado.

 

96.jpg

 

 

 

Governança


Comgás busca o Novo Mercado

 

A chama da governança corporativa parece ter acendido em algumas empresas. A Comgás anunciou, na segunda-feira 5, sua intenção de migrar para o Novo Mercado, ao passo que os  bancos Daycoval e Pine vão buscar o Nível 2 da bolsa. A intenção das companhias é de que o reforço da governança aqueça os negócios com seus papéis. “Queremos dar liquidez para os minoritários”, diz Roberto Lage, diretor de finanças da Comgás.

 

98.jpg

 

 

 

 

Mercado em números

 

Cetip


R$ 134,2 bilhões foi o estoque de Letras Financeiras registradas na Cetip no fim de novembro. A soma representa um avanço de 500% em relação ao mesmo mês de 2010. 

 

 

BB


R$ 1,5 bilhão é o valor emprestado neste ano pelo Banco do Brasil nas 40.000 operações do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). 

 

 

Vivo 


R$ 400 milhões  são os investimentos previstos pela operadora Vivo em sua nova unidade de armazenagem de dados em Tamboré, na Grande São Paulo. A unidade será cinco vezes maior que a atual e será destinada às operações telefônicas móvel e fixa.

 

 

ALL 


R$ 3,14 é quanto a América Latina Logística Malha Norte está oferecendo para recomprar 97.980 ações preferenciais pertencentes à Imprensa Oficial do Estado e ao Banco Alvorada.

 

 

Raízen


8,6% foi quanto a moagem de cana pela Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, ficou abaixo do previsto. Na safra 2011/2012, foram moídos 53 milhões de toneladas. A estimativa anterior era de 58 milhões.

 

 

 

Pelo mundo

 

AT&T quer recorde de venda 

A operadora americana AT&T anunciou, na quarta-feira 7, que pretende quebrar seu recorde trimestral de venda de smartphones, que é de 6,1 milhões de unidades, no Natal deste ano. Segundo a companhia, o ritmo de vendas do iPhone 4S é “impressionante”. No dia do anúncio, as ações da AT&T subiram 0,78%

 

Samsung fará chips na China

A sul-coreana Samsung planeja construir uma nova fábrica de chips na China para atender à demanda crescente por memórias flash, usadas em smartphones e tablets. O investimento para a nova fábrica deverá ficar entre US$ 3,5 bilhões e US$ 5 bilhões. No dia do anúncio da empresa, na terça-feira 6, as ações da Samsung caíram 2,06%.

 

Nestlé compra empresa de doces 

A Nestlé, fabricante suíça de alimentos, recebeu sinal verde das autoridades antitrustes da China para comprar a empresa de doces Hsu Fu Chi International, por US$ 1,7 bilhão. As ações da Hsu subiram 2,1% na quinta-feira 8 e as da Nestlé caíram 0,38%.

 

99.jpg

 

 

 

Personagem


Compras no Iguatemi

 

A administradora de shopping centers Iguatemi quer duplicar a sua área bruta locável (ABL) de 265 mil metros quadrados para 430 mil metros quadrados até a Copa de 2014. A meta é construir cinco novas unidades e ampliar duas já existentes. Não será o único investimento: na segunda-feira 5, a empresa pagou R$ 142 milhões para comprar ações de seus centros de compra em São Paulo e em Campinas que pertenciam ao Instituto de Resseguro do Brasil (IRB). Cristina Betts, vice-presidente de finanças da Iguatemi, diz como a compra vai ajudar no crescimento dos negócios do grupo.

 

100.jpg

 

 

 

A empresa comprou ações de dois shoppings Iguatemi. Qual o motivo?

Nós recompramos ações dos shoppings em São Paulo e em Campinas. Eles estão entre os mais rentáveis do País. O Iguatemi de São Paulo é o mais importante para nós porque é o que mais gera receita por metro quadrado e possui o aluguel mais caro da América Latina. Já em Campinas, o shopping é o segundo em receita absoluta e o terceiro em receitas por metro quadrado. Então comprar participações neles é estratégico. 

 

Está nos planos comprar outros shoppings?

Sempre avaliamos aquisições, mas, neste momento, nossa preferência é pelo crescimento orgânico.  

 

Quais são as metas da empresa?

Vamos construir mais cinco shoppings até 2014, além de expandir duas unidades que temos. Nossa meta é dobrar nossa área bruta locável (ABL), que hoje é de 265 mil metros quadrados, para 430 mil metros quadrados. Temos muito o que fazer. 

 

Em que estágio estão essas obras?

Na capital paulista, a obra do JK Iguatemi está praticamente encerrada. No interior de São Paulo, iniciamos a terraplanagem e o estaqueamento do Iguatemi Ribeirão. Finalizamos os projetos executivos do Iguatemi Esplanada e do Iguatemi São José do Rio Preto. No Rio de Janeiro, o projeto do Boulevard Rio Iguatemi está pronto. E esses são só alguns projetos. 

 

 

 

Colaboraram Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira